20/08/12 15h53

Plano injetará R$ 486 mi no segmento de software

Folha de São Paulo

Governo apresenta amanhã programa para incentivar a indústria nacional
Entre as medidas está o aporte de capital em empresas iniciantes e a certificação para compras públicas

O governo federal apresentará amanhã em São Paulo um programa que destinará R$ 486 milhões para o setor de software até 2015.

A Folha teve acesso ao documento final do projeto, elaborado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Informação (MCTI), que traz a primeira política específica para a indústria nacional de software e serviços de TI.

Entre as principais iniciativas que serão propostas pelo governo está o aporte de capital em empresas nascentes, as chamadas start-ups, a criação de uma certificação para que pequenas e médias empresas possam participar de compras públicas e a instalação de quatro centros de inovação no Brasil, em parceria com empresas multinacionais.
O programa também prevê capacitar 50 mil profissionais para trabalhar no setor.
As metas são ambiciosas: dobrar o faturamento do setor, para US$ 200 bilhões, e criar 900 mil empregos em dez anos.

Segundo o governo, um dos principais problemas da indústria é o foco na prestação de pequenos serviços de desenvolvimento de programas simples, em vez de concentrar esforços para o desenvolvimento de softwares mais elaborados.

Do faturamento de US$ 14,5 bilhões do mercado brasileiro de software e TI em 2011, 91% eram provenientes desses serviços, de menor valor agregado.
"Com a certificação, vamos criar uma forma de o governo usar seu poder de compra para dar preferência a um software de procedência nacional", afirma Virgílio Almeida, secretário de Informática do MCTI.

ECOSSISTEMAS

O governo quer estimular a criação de uma cadeia de fornecimento de softwares em torno das 15 áreas mais dinâmicas da econômica, elencadas pelo ministério.
Usará para isso aportes a fundo perdido em companhias que forneçam tecnologia a esses setores e queiram melhorar seus produtos.
Para definir as oportunidades prioritárias, o governo consultou grandes empresas brasileiras, como Petrobras, Vale, Bradesco e Embrapa.

START-UPS

O governo também passará a atuar como incentivador de start-ups ao fomentar cinco aceleradoras que reunirão entre oito e dez empresas iniciantes. O investimento em cada uma será de no máximo R$ 200 mil. A meta é investir em 150 até 2015 - 25% estrangeiras, para estimular o intercâmbio de ideias, como acontece no Vale do Silício, diz Almeida, do MCTI.