02/06/15 12h11

Plano defende criação de polo de tecnologia na área central

Agência Metropolitana de Campinas

O Conselho Municipal de Ciência, Tecnologia e Inovação (CMCTI) prepara um estudo para levar ao prefeito Jonas Donizette (PSB) em que irá propor medidas para que o Centro de Campinas se transforme em um parque tecnológico urbano. A proposta visa criar condições para que empresas, especialmente as da área de tecnologia da informação (TI), se instalem no Centro.

A lógica para criar um parque tecnológico urbano é que o setor de ciência, tecnologia e inovação (CT&I), por abrigar mão de obra especializada, com poder aquisitivo mais alto, levaria a uma requalificação da região, puxando uma demanda por bons restaurantes, ações culturais e traria mais vida às noites.

Uma comissão de conselheiros começou a levantar experiências de cidades onde as atividades de ciência, tecnologia e inovação impulsionaram a revitalização de centros históricos.

“O setor de CT&I certamente irá possibilitar a ocupação do Centro e incrementar as opções de serviços e de lazer na região”, disse o vereador André Von Zuben, que preside a Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara e integra o conselho municipal.

O setor de software já havia manifestado interesse, em 2012, em tornar a área central um dos polos de alta tecnologia da cidade e participar de um processo de revitalização dessa região. Na época, o porta-voz do setor, Fábio Pagani, afirmou que Campinas tem cerca de 200 empresas de software, cujo faturamento ultrapassa R$ 1,5 bilhão (US$ 471 milhões) ao ano. Várias delas já estão no Centro e outras irão se houver uma política e uma definição de tornar essa região em polo de TI. A reivindicação, feita na ocasião, incluía concessão de incentivos fiscais. Em contrapartida, as empresas recuperariam os prédios onde se instalassem.

As empresas querem o Centro como polo de TI por causa do fácil acesso aos funcionários, o que impacta os custos. Nos polos mais distantes, as empresas se veem obrigadas a investir em fretados. No Centro existem mais opções de transporte.

Von Zuben lembrou que há uma lei de incentivos fiscais nova em Campinas que reduziu a alíquota do Imposto sobre Serviços (ISS) de 5% para 2%. “Não sabemos ainda se será possível uma nova lei específica para o Centro, porque queremos atrair um setor, mas é preciso considerar que já existe uma variedade grande de comércio e serviços instalados e que não poderemos dar tratamento diferenciado.”

O diretor do Núcleo Softex, Edvar Pera Jr., disse que o Centro tem atratividade para esse tipo de atividade e há exemplos internacionais de experiências bem-sucedidas que alavancaram a revitalização de áreas centrais, como em Barcelona. Há exemplos nacionais em Santos e Recife. “Há muitas possibilidades de investimentos como a rede de fibra óptica, que se interliga nessa região, formar um anel e garantir uma infovia no Centro”, disse

A região tem atrativos para empresas, como o custo imobiliário, que é menor. Em Santos, por exemplo o parque foi formado a partir de instalações já constituídas pelas universidades privadas e públicas, que foram reconhecidas como área tecnológica. Com isso, se criou o primeiro parque tecnológico urbano do País, com objetivo de conciliar a expansão do porto com investimentos do pré-sal e atrair para a Baixada Santista as vocações para pesquisa.

A iniciativa poderá ainda viabilizar recursos para alavancar projetos de melhorias, disse o secretário de Desenvolvimento Econômico e presidente do Conselho Municipal de Ciência, Tecnologia e Inovação, Samuel Rossilho. Uma forma de obter verba será o credenciamento desse parque urbano no Sistema Paulista de Parques Tecnológicos (SPTec), que habilita as unidades a obter financiamentos, incentivos fiscais e recursos estaduais.