21/10/09 12h08

Plano da Vale é bem recebido por mercado

O Estado de S. Paulo

A decisão da Vale de destinar menos de 3% do orçamento de US$ 12,9 bilhões previsto para 2010 para projetos de siderurgia foi bem vista pelo mercado financeiro. O fato de a companhia anunciar um orçamento total mais robusto para o ano que vem também foi interpretado como um sinal de confiança na recuperação da demanda mundial por insumos básicos.

O consenso entre os analistas é que será positivo para os papéis da Vale o plano de priorizar o crescimento orgânico e focar em projetos de mineração, carro-chefe da empresa, nesse momento de maior pressão política. Do total a ser aplicado em 2010, 30% estão previstos para o segmento de minério de ferro e 32% serão destinados a projetos em cobre e níquel. As ações preferenciais (PNA) da Vale fecharam ontem com queda de 2,17%, desempenho melhor que o do Ibovespa, que recuou 2,88%. Pesaram sobre as ações a própria liquidez e a declaração do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, de que o governo pode taxar o setor de mineração.

Para Pedro Galdi, da SLW Corretora, a decisão da empresa de não sucumbir à tentação de anunciar um orçamento muito alto para agradar ao governo dá uma maior tranquilidade ao acionista. Segundo ele, apesar de US$ 12,9 bilhões ser um número forte, a cifra está abaixo dos US$ 14,2 bilhões previstos inicialmente para este ano.

Os números anunciados pela Vale ontem também não surpreenderam o analista Edmo Chagas, do BTG Pactual. Ele disse que a maioria dos planos da companhia incluídos no orçamento de 2010 eram conhecidos pelo mercado. O analista ressaltou que a maioria dos projetos da Vale teve seu cronograma adiado em um ano, por causa do menor desembolso de recursos este ano e também por atrasos nas construções motivados por vários fatores, entre eles o atraso na obtenção de licenças ambientais.