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Plano B da Eternit passa por aquisições e diversificação

Valor Econômico - 08/07/2008

A Eternit planeja ser uma fornecedora "multi-produto" para o setor de construção civil se o amianto for proibido no Brasil. Focada na fabricação de telhas e caixas d'água de amianto e na exportação desse mineral, a companhia teria nesse projeto uma saída para sua continuidade no caso de sua principal matéria-prima ser banida do território nacional, como já ocorreu em diversos outros países do mundo. A Eternit constituiu, no fim de 2006, uma diretoria de exploração de novos negócios, com uma equipe de cinco pessoas, para buscar oportunidades. "Tudo que vai do chão ao teto pode ter a marca Eternit. Temos o nome, temos logística e temos como buscar recursos", afirmou o presidente da empresa, Élio Martins. O projeto da Eternit de oferecer novos produtos ajudaria a companhia a alcançar a meta de dobrar o faturamento até 2011, o que a levaria a uma receita líquida da ordem de R$ 1 bilhão (US$ 625 milhões). Para alcançar variedade na sua carteira, de tudo está sendo considerado - desde aquisições até a construção de fábricas. Martins acredita que o aquecimento do setor de construção deixou os ativos do segmento mais caros. Por isso, avalia que iniciar do zero poderia ser mais vantajoso. A marca Eternit é que o executivo entende que permitirá à companhia atuar em outros segmentos e, ainda, conseguir recursos para financiar seus projetos. Mais uma vez, também na parte financeira, a companhia avalia desde captação por meio de dívida até emissão de ações. No entanto, ainda é preciso definir totalmente o futuro do negócio. Em caso de banimento do amianto, o nome Eternit é o que restaria como principal diferencial para a briga com a concorrente Brasilit. Hoje, a competição é favorável a Élio pois o amianto é muito mais barato que as matérias-primas alternativas para telhas e caixas d'água. Segundo ele, o uso de outros produtos encareceria o produto de 30% a 60%, dependendo do material escolhido. Seria uma oportunidade e tanto para a Brasilit, que opera no vermelho nesse ramo desde que abandonou o amianto, recuperar margens e concorrer em pé de igualdade. Para competir, a subsidiária do grupo francês tem que baixar seus preços, mesmo sem conseguir reduzir seus custos.