13/05/10 11h18

PIB para cima empurra o mercado interno

Valor Econômico

Com as turbulências na Europa ganhando tons mais brandos, os mercados se voltam para os fundamentos. No caso do Brasil, isso significa olhar para um crescimento econômico ainda mais acelerado do que se imaginava. Ontem, por exemplo, o Itaú Unibanco aumentou a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) neste ano de 6,5% para 7,5%. Nos últimos dias, bancos e consultorias revisaram as projeções para o PIB, sendo que boa parte delas está acima agora dos 7%.

A melhora dessas estimativas tem um impacto positivo na bolsa. Uma economia pujante eleva as previsões de lucros das companhias, especialmente daquelas voltadas ao mercado interno, o que deve se refletir nas ações. "No fim do ano passado, o aumento das previsões de crescimento em 2010 de 3,5% para 5% mexeu com as projeções de resultados das empresas e o desempenho de suas ações; é bem possível que isso ocorra novamente", diz a estrategista de renda variável para pessoa física da Itaú Corretora, Cida Souza.

As ações das companhias voltadas ao mercado interno devem ser as melhores opções para capturar a expectativa de um crescimento econômico mais robusto do que se previa. "As empresas locais terão um impacto muito maior em seus resultados do que as companhias de commodities, mais expostas ao cenário internacional", diz a estrategista da Itaú Corretora. Alguns setores se beneficiam da economia mais do que outros. O segmento de aluguel de carros, por exemplo, cresce 3,5 vezes o PIB, enquanto o tráfego aéreo cresce 2,5 vezes e o movimento nas rodovias, 1,5 vez. Com essa grande correlação, a Itaú Corretora recomenda as ações da Localiza, Gol e Ecorodovias.

Outros setores interessantes nesse momento de expansão econômica local são os de construção civil, principalmente as empresas voltadas para a alta renda, como Cyrela, energia elétrica com foco em geração e no consumidor industrial, como a Cemig, além de bancos e papel e celulose, especialmente papel, que é o caso da Klabin.