13/12/07 14h42

PIB cresce 5,7%; investimento sobe 14,4%

Folha de S. Paulo - 13/12/2007

Sustentado por recordes históricos nos investimentos do setor produtivo e no consumo das famílias, o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro cresceu 5,7% no terceiro trimestre ante mesmo período de 2006. Foi o maior crescimento nessa comparação em três anos e o 23º trimestre de alta consecutiva. O resultado ficou acima das previsões dos economistas, que já elevam suas previsões para o PIB do ano e mesmo para 2008. Em relação ao segundo trimestre, o crescimento do PIB foi de 1,7%. Em valores, somou R$ 645,2 bilhões (US$ 362,5 bilhões) no trimestre. O resultado praticamente assegura um crescimento da economia brasileira de 5% em 2007. Ele pode ser ainda maior caso o PIB mantenha a atual trajetória no último trimestre. Bastará um crescimento de 4,3% no último trimestre (o período mais "quente" do ano) para o PIB atingir 5%. O desempenho de julho a setembro trouxe várias notícias positivas: a agropecuária deu salto de 9,2%; o consumo das famílias, que representa 60% do PIB, subiu 6% (maior alta em dez anos); e a indústria cresceu 5%, apesar da fraqueza do extrativismo mineral (2%). Mas a melhor notícia do PIB veio dos investimentos. A chamada FBCF (Formação Bruta de Capital Fixo) deu um salto histórico: 14,4%. Foi a maior alta registrada desde que o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) começou a calcular o indicador, em 1996. O dado significa que as empresas estão investindo em um ritmo quase três vezes superior ao do aumento do consumo. Isso é bom porque a produção de novas máquinas e equipamentos nas indústrias deve atenuar, no futuro, eventuais pressões inflacionárias trazidas pela demanda aquecida. Por enquanto, boa parte do consumo das famílias (com 16 trimestres seguidos de alta) vem sendo atendida pelas importações. As compras externas deram novo salto no terceiro trimestre e subiram 20,4% sobre o mesmo período do ano passado. Já as exportações cresceram apenas 1,8%. O resultado do setor externo levou o Brasil a registrar, pela primeira vez desde 2001, necessidade de financiamento externo no trimestre passado, de R$ 255 milhões (US$ 143,3 milhões). O motivo foi a redução do saldo comercial de bens e serviços -de R$ 22,8 bilhões (US$ 12,8 bilhões) para R$ 10 bilhões (US$ 5,62 bilhões).