05/10/23 14h12

Phinia prevê investimento de R$ 90 milhões em Piracicaba

Após a mudança no comando das marcas Delphi, Delco Remy e Hartridge, em julho, foram injetados R$ 30 milhões na planta, o que inclui lançamento de linha e de centro de treinamento

AutoData

Três meses após tornar-se Phinia, que representa as marcas Delphi, Delco Remy e Hartridge, a fábrica, no Interior paulista, em Piracicaba, fundada em 1991, recebeu aporte de R$ 30 milhões para realizar as adaptações necessárias à mudança de nome de sua antiga detentora, a BorgWarner, agora focada em turbocompressores e eletrificação.

Animada com a expectativa de que em cinco anos haverá 88 milhões de veículos na América do Sul, sendo 90% deles movidos a motores de combustão interna, a unidade brasileira receberá outros R$ 90 milhões ao longo de 2024, cuja aplicação ainda está em discussão, para quando projeta crescimento de dois dígitos.

Os recursos aportados este ano tiveram como destino a melhoria das instalações, o que inclui opções de descanso para os funcionários da unidade de 42 mil m² instalada em terreno de 174 mil m² de área verde, aquisição de maquinário, reformas na fábrica, ampliação da capacidade produtiva, no caso das bombas para veículos a diesel, em 30%, inauguração do centro de treinamento e novos produtos.

Dentre eles destaca-se o início da produção de linha de injetores GDI, que têm injeção direta de gasolina e promovem menor perda, o que faz com que o desempenho do veículo seja superior e percorra mais quilômetros com a mesma quantidade de combustível. Seu lançamento é aguardado para o ano que vem.

Giovani Benato, gerente da unidade de sistemas de combustível e responsável por operações, assinalou que as novidades no chão de fábrica consumiram R$ 10 milhões dos R$ 30 milhões investidos recentemente. O índice de nacionalização é de 45% e em torno de 30% a 35% da produção é exportada para países da América do Sul, Europa e Ásia.

Desde 2012 a Delphi fornece injetores aquecidos que demandam menor quantidade de metais e emitem menos poluentes, como NOX, sendo uma aposta da empresa no caminho para a descarbonização, junto com o hidrogênio, tecnologia que está em desenvolvimento e sendo testada em duas vans na Europa.

Nos onze anos do injetor aquecido foram produzidos 4 milhões de unidades. O executivo ressaltou que o uso dessa tecnologia é aprovado até 2029, em conformidade com as regras da terceira fase do PL8. Ao longo das três décadas da fábrica paulista são contabilizados mais de 40 milhões de injetores lá fabricados.

Segundo Amaury Oliveira, vice-presidente de aftermarket da Phinia na América do Sul, do negócio global da companhia 32% corresponde ao mercado de reposição. E, ao todo, 41% do faturamento de US$ 3,8 bilhões provém das Américas, sendo 15% da América do Sul: “Isto justifica esses investimentos crescentes no Brasil. O CEO Brady Ericson acredita muito no mercado de reposição, o que favorece a operação em Piracicaba”.

Hoje 40% do faturamento da Phinia no Brasil, que conta também com unidade em Brusque, SC, provém do aftermarket – a operação de Cotia, SP, foi incorporada à de Piracicaba. E a intenção é ampliar este porcentual. Uma das apostas está em nova linha de suspensão e direção – que integra o aporte de R$ 10 milhões –, cujo objetivo é alcançar market share de 8% a 12%, o que deve trazer faturamento expressivo, de acordo com Oliveira.

“Fora isto todo ano lançamos grande número de referências. Este ano foram 468. Para 2024 deveremos complementar a linha de bobinas e de injetores de combustível.”

A participação de mercado da companhia em produtos para motor a diesel está em 75%, porcentual que deverá ser mantido, assinalou o vice-presidente de aftermarket. Já no caso dos injetores, com o lançamento do GDI a fatia de 12% deverá chegar a 15%.

O centro de treinamento, que consumiu R$ 3 milhões, objetiva estreitar relacionamento com mecânicos, embora ofereça capacitação para qualquer pessoa interessada. Em um primeiro momento serão oferecidos treze cursos que serão 45 até o fim de 2025, com opções gratuitas e pagas.
“O objetivo é treinar mais de 1 mil pessoas por ano. Os cursos serão dados também em espanhol, inglês e libras.”

Segundo o responsável pela fábrica o efetivo de Piracicaba, que emprega cerca de 1 mil funcionários, sendo 5% PCDs e 42 empregados surdos, também sentirá o impacto do investimento, e deverá ser ampliado em 10% em 2024.

 

Fonte: https://www.autodata.com.br/noticias/2023/10/04/phinia-preve-investimento-de-r-90-milhoes-em-piracicaba/62811/