15/04/08 10h50

Philips cresce no Brasil e encolhe nos EUA

Valor Econômico - 15/04/2008

A América Latina, embora represente apenas 7% do faturamento da Philips, foi a região que registrou o melhor desempenho dentro do grupo holandês no primeiro trimestre de 2008. De acordo com relatório publicado ontem pela empresa em Amsterdã, as vendas nos países latino-americanos cresceram 15% nas moedas locais e 12% em termos nominais, passando de  367 milhões de euros nos três primeiros meses de 2007 para  412 milhões de euros em igual período deste ano. Na América Latina, o principal mercado da Philips é o Brasil, onde as vendas de aparelhos eletrônicos e equipamentos médicos estão em alta devido à maior oferta de crédito e ao aquecimento econômico. Paulo Zottolo, presidente da Philips na América Latina, observou, em nota ao Valor, que "os investimentos feitos para impulsionar a marca, com campanhas de TV e mídia impressa, lançadas no segundo semestre de 2007, contribuíram para o crescimento de vendas de produtos de consumo como TVs de LCD e eletrodomésticos Philips Walita". Na região, as vendas de produtos de iluminação cresceram 10%; as de eletroeletrônicos, utilidades domésticas e cuidados pessoais, 12%; e as de cuidados com a saúde, subiram 15%. Mas o aumento nas vendas nesta parte do Hemisfério Sul foi um das poucas notícias positivas no balanço da Philips. Uma das primeiras companhias na Europa a publicar os resultados do primeiro trimestre de 2008, a companhia inaugurou o que deve ser uma safra de maus resultados. Espera-se que o lucro das empresas européias caia pela primeira vez em seis anos devido à crise no mercado de crédito, segundo a Bloomberg. No entanto, o mau desempenho também reflete a queda da rentabilidade com o negócio de televisores. O lucro da divisão de eletrônicos de consumo foi 45% menor no primeiro trimestre e as chances de que este cenário melhore são remotas. O CEO do grupo holandês, Gerard Kleisterlee, previu que "o aperto nas margens com a venda de televisores deve continuar".Na semana passada, o grupo anunciou que irá sair do mercado de televisores nos Estados Unidos porque este negócio passou a dar prejuízo. A multinacional holandesa está reforçando suas divisões de equipamentos médicos e iluminação. No entanto, estes mercados também não estão imunes à crise americana. O lucro da multinacional americana General Electric, que compete com a Philips na área médica, caiu pela primeira vez em cinco anos.