Pfizer prevê vendas de US$ 786 milhões no Brasil
Gazeta Mercantil - 01/12/2006
A gigante mundial do setor farmacêutico Pfizer, líder no comércio global de medicamentos, decidiu falar sobre os negócios no País, após um longo silêncio, período em que perdeu a primeira colocação e outras posições importantes no mercado brasileiro. A empresa planeja lançar no País produtos de receitas vultosas e nacionalizar parte da produção de remédios importantes, como a da insulina inalável Exubera e do medicamento antitabagismo Champix, que devem chegar ao mercado no primeiro semestre do próximo ano. Como são produtos novos, recém-lançados nos Estados Unidos, o processo de nacionalização vai exigir investimentos, não revelados, em transferência de tecnologia, o que demandará tempo de implantação. Por isso, inicialmente, a empresa importará os medicamentos para abastecer o Brasil. Para a nacionalização de Exubera, que deverá ser transformado em comprimidos na fábrica da Pfizer em Guarulhos (SP) - ela tem também outra unidade em Jandira (SP) - ainda não há previsão de data, mas já será embalada no País desde o início das vendas, disse. A previsão de empacotar Champix aqui também é já em 2007. Esses medicamentos vão ajudar a engordar o faturamento no Brasil da divisão farma da Pfizer em 2007, cuja alta é prevista em cerca de pelo menos 10% pelo executivo, para perto de US$ 786 milhões. Neste ano, a empresa prevê incremento de 8%, alcançando algo em torno de US$ 698 milhões ante os US$ 575 milhões faturados em 2005. A estimativa para Champix, que chegará ao mercado em maio de 2007, é de aproximadamente US$ 8 milhões em receitas no primeiro ano. O medicamento vai quase triplicar o faturamento do mercado brasileiro de produtos antitabagismo, hoje em torno de US$ 5 milhões por ano nas mãos, principalmente, do antidepressivo Ziban e do repositor de nicotina Nicorette, segundo o executivo. O produto é o único que ataca a dependência ao tabaco agindo diretamente no cérebro onde age a nicotina. Ele tira a vontade de fumar, elimina o prazer que se tem com o cigarro. Com ele, as chances de uma pessoa parar de fumar são quatro vezes maiores. Já a insulina inalável Exubera, que chega ao Brasil em março próximo, poderá render US$ 60 milhões por ano para os cofres da Pfizer brasileira, dentro de 5 ou 6 anos. Tem a vantagem de dispensar as injeções, o que pode atrair para o tratamento pacientes com aversão a picadas de agulhas. Para o final de 2007, estão previstos ainda os lançamentos de um antifúngico, uma versão de Viagra que dissolve na boca e uma versão sublingual do ansiolítico Frontal.