08/02/12 15h36

Petrobras terá centros tecnológicos em São Paulo

Valor Econômico

A Bacia de Santos terá pelo menos três projetos para apoio à exploração, produção e formação de mão de obra. A Petrobras e o governo de São Paulo assinaram ontem um protocolo de intenções para implantação da base logística de apoio às atividades no pré-sal e de dois centros tecnológicos - um na Baixada Santista e outro na capital. Ainda, o projeto contempla um centro de monitoramento via satélite e de certificação.

O anúncio foi feito pelo presidente da Petrobras, José Gabrielli, e pelo secretário estadual de Energia, José Aníbal, na última visita oficial de Gabrielli à capital paulista.

"O Brasil tem de se preocupar em não ter uma imagem associada ao vazamento de petróleo", afirmou Aníbal, citando o recente caso de vazamento no pré-sal da Bacia de Santos e o mais dramático, da Chevron, na Bacia de Campos, em novembro passado. "Queremos fazer aqui algo semelhante ao que a Petrobras tem no Rio com o Centro de Pesquisa da Petrobras (Cenp)", disse.

"Esse memorando abre mais um espaço institucional para que as discussões se acelerem. Agora, a construção dessa base logística depende fortemente do crescimento da atividade produtiva de Santos", disse Gabrielli, quando questionado sobre a velocidade das negociações de uma área no porto de Santos para construção do terminal de apoio offshore.

As negociações entre a Petrobras e o governo Alckmin intensificaram-se há dois meses. Com a descoberta do pré-sal, a expectativa é que a arrecadação de São Paulo com royalties saia de R$ 60 milhões em 2011 para R$ 3 bilhões, em 2020. Hoje, pelo menos 60% dos fornecimentos da Petrobras são feitos por São Paulo, como equipamentos para exploração e refino.

Na semana passada, a italiana Saipem anunciou a construção de uma base logística em uma área do Guarujá (SP) na altura da entrada do porto de Santos. Quando pronta, será a primeira unidade no litoral paulista de apoio às demandas do pré-sal. O investimento será de R$ 300 milhões. A primeira fase irá armazenar e embarcar dutos submarinos para abastecer plataformas e sondas. "A Saipem disse que está buscando terreno para ter produção na Baixada. Além dela existem várias outras [empresas interessadas], mas são procedimentos que ainda não estão fechados", afirmou Aníbal.