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Petrobras tenta acelerar o Comperj

Valor Econômico - 13/08/2007

"Procuram-se sócios! Interessados dirijam-se à avenida República do Chile, n 65, no edifício-sede da Petrobras, no Rio." O classificado não foi publicado, mas esta tem sido a tarefa da estatal para dar partida ao megaprojeto do Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj), orçado em US$ 8,2 bilhões. Na verdade, a Petrobras, maior investidora do país, não precisa de dinheiro. Ela procura sócios para tocar a área petroquímica do maior projeto de sua história. A estatal deseja que o Comperj - inserido no Programa de Aceleração de Crescimento (PAC) - comece a sair do papel a partir de 2008. O Comperj, formado por uma Unidade de Produção de Petroquímicos Básicos (que integra a refinaria à central petroquímica) e por seis unidades de segunda geração, é estratégico à estatal. Resolve a deficiência do seu parque de refino no processamento de petróleo pesado (menos valioso), que é extraído da bacia de Campos e hoje exportado. Garante a oferta de matéria-prima petroquímica, escassa no país. E, por último, gera muitos empregos, cerca de 200 mil postos diretos e indiretos, nos cinco anos das obras, segundo a estatal. Anunciada há dez dias, a compra da Suzano foi o pontapé para destravar o Comperj. A Petrobras precisa definir quem será o responsável pela segunda geração do Comperj antes de tomar outras decisões. Depois da compra, a estatal explicou que a intenção era negociar com os sócios privados um modelo para constituir a Companhia Petroquímica do Sudeste (CPS), nome provisório da nova empresa que agregará os ativos existentes no eixo Rio-São Paulo, hoje nas mão dela própria e da Unipar. O passo seguinte é negociar para que os donos do CPS façam parte da segunda geração do Comperj e, quem sabe, também participem da atividade da unidade integrada de petroquímica básica e refino do petróleo pesado. Para o presidente da Petroquisa, subsidiária da Petrobras, José Lima de Andrade Neto, o objetivo para fazer avançar a petroquímica nacional é ter dois grandes grupos privados com presença acionária da Petrobras, principal fornecedora de matéria-prima.