Petrobras supera impasse no gasoduto Campinas-Rio

O Estado de São Paulo - 16/05/2008

A Petrobras resolveu na Justiça o impasse que impedia a conclusão das obras para o gasoduto Campinas-Rio. A previsão é de que em 40 dias seja iniciado o transporte de gás. As obras estavam praticamente completas, mas faltava assentar um trecho de 600 metros de duto, que passa por uma propriedade particular na divisa dos Estados do Rio e São Paulo. Segundo a diretora de Gás e Energia da Petrobras, Graça Foster, com a conclusão do gasoduto será possível aliviar os atuais sistemas de transporte, que estavam sobrecarregados. De acordo com ela, "a Justiça fez valer o direito da empresa adquirido na desapropriação". "Não nos submetemos a qualquer acordo fora do âmbito jurídico e a solução se deu à luz da Justiça", garantiu. Orçado em torno dos US$ 300 milhões na época de seu lançamento, em 2004, o Campinas-Rio é um dos 183 projetos da Petrobras no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O projeto foi desenhado para ter capacidade de transportar 8,7 milhões de metros cúbicos por dia de gás natural por 800 quilômetros. O duto faz parte do Projeto Malhas da Petrobras, que prevê a implementação do transporte de gás nas Regiões Sudeste e Nordeste, e sua interligação. Para atender à Região Sudeste, foi formada uma empresa de propósito específico, a Nova Transportadora do Sudeste (NTS). O controle acionário da empresa é da Mitsui & Co (40%), Itochu Corporation e Mitsubishi Corporation (30% cada uma). Segundo a estatal, a NTS será responsável pela captação dos recursos financeiros e pelos investimentos necessários à construção do gasoduto e demais instalações. A Petrobras ficará encarregada da compra da capacidade de transporte. A estatal informa que 40% do empreendimento virá de financiamentos do Japan Bank for International Cooperation (JBIC), 30% do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o saldo de bancos internacionais.