20/03/10 10h27

Petrobras prevê investir US$ 216,7 bilhões até 2014

Folha de S. Paulo

A Petrobras anunciou ontem a aprovação do seu novo Plano de Negócios, que prevê investimentos entre US$ 200 bilhões e US$ 220 bilhões de 2010 a 2014 - em reais, algo entre R$ 360 bilhões e R$ 390 bilhões. O plano antigo projetava R$ 174 bilhões (US$ 88,3 bilhões) de 2009 a 2012. No limite inferior, a estatal alocará 15% a mais em seus novos negócios. No superior, os gastos crescerão 26%. A estatal não detalhou, porém, os projetos que estão incluídos no plano nem quais deixaram de ser viáveis. Tampouco informou se alguns foram revistos.

Para o primeiro ano, estão reservados R$ 88,5 bilhões (US$ 49,2 bilhões) - 42% vão para a área de exploração e produção e 38% para a de abastecimento. Em 2009, a Petrobras investiu R$ 79,8 bilhões (US$ 40,5 bilhões). Se concretizada a meta, haverá uma expansão de 25% de um ano para o outro. Neste ano eleitoral, a Petrobras também separou uma lista de projetos a serem apresentados ao governo para inclusão no chamado PAC 2 (Plano de Aceleração do Crescimento 2). A cifra a ser levada para o Executivo soma R$ 265 bilhões (US$ 147,2 bilhões) entre 2011 e 2014.

Segundo Almir Barbassa, diretor financeiro da Petrobras, não foi divulgado o valor fechado do novo plano de investimentos porque alguns projetos ainda estão sob análise. O executivo disse que todos os princípios básicos do plano atual estão mantidos. A estatal admite uma alavancagem financeira -dívida total sobre o patrimônio da companhia- entre 25% e 35%. Segundo Barbassa, o plano tem algumas condicionantes. A primeira é que a estatal estima uma "curva ascendente" do preço do petróleo nos próximos anos -oscilação entre US$ 62 e US$ 77 o barril, na projeção da companhia. Hoje, está no patamar de US$ 80 o barril. O plano também dependerá do resultado da capitalização do governo na companhia -que ainda precisa de aprovação do Congresso- e das condições de financiamento.

A União vai ceder à Petrobras R$ 5 bilhões (US$ 2,8 bilhões) em reservas de petróleo ainda não licitadas, nas áreas próximas às grandes descobertas da bacia de Santos. A estatal vai pagar com títulos, que serão usados para aumentar o capital do Tesouro na companhia. Para Barbassa, a capitalização tem de ocorrer até julho por causa da eleição. "Não trabalho com outra possibilidade."