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Petrobras prepara megalicitação para compra de 146 embarcações

Valor Econômico - 27/03/2008

A indústria naval offshore brasileira vive um momento de expectativa. Estaleiros, armadores e fornecedores de equipamentos aguardam o anúncio, pela Petrobras, do maior programa de construção e afretamento de navios de apoio às plataformas de petróleo e gás já lançado no país. O planejamento da estatal prevê licitar 146 embarcações a serem feitas no Brasil, com aumento do conteúdo nacional, até 2014. A encomenda deverá totalizar investimentos de cerca de R$ 10 bilhões (US$ 5,7 bilhões), segundo estimativas do mercado. O lançamento do programa tem dois objetivos: renovar a frota e atender ao aumento da produção de petróleo e gás natural considerando-se, inclusive, o desenvolvimento da produção dos campos de Tupi e Júpiter, na área conhecida como pré-sal da bacia de Santos. Um executivo de empresa de navegação disse que a demanda por navios offshore cresce acima da produção de petróleo. Os novos campos do pré-sal situam-se a grandes distâncias da costa, o que exigirá barcos mais complexos e sofisticados. O pacote a ser licitado pela Petrobras incluiria navios offshore de grande potência dedicados aos novos desafios impostos pelo pré-sal. É o caso do modelo AHTS (Anchor Handling Tug Supply) de 21 mil HPs de potência, que teria oito unidades previstas para serem licitadas pela Petrobras até 2014 (cada unidade tem custo estimado de US$ 60 milhões). Além deste modelo, o pacote incluiria dez unidades do AHTS de 15 mil HPs e outras 46 embarcações de 18 mil HPs. Entre PSVs (Plataform Supply Vessel), os navios de apoio marítimo mais usados no Brasil, seriam licitadas 49 unidades de 3 mil toneladas e mais 15 unidades de 4,5 mil toneladas. No total seriam licitados 64 AHTS e o mesmo número de PSVs. Comenta-se que poderão ser encomendados 18 ORSVs (Oil Recover Supply Vessel), navios que atuam no combate a derramamento de óleo mas que têm outras aplicações. No total, o investimento no conjunto dos 146 navios oscila, segundo cálculos do setor, entre US$ 5,5 bilhões e US$ 5,8 bilhões, algo como R$ 10 bilhões. Os números não são oficiais. O Valor tentou falar com a Petrobras e enviou perguntas por escrito, na segunda-feira, mas a informação da assessoria de imprensa da empresa foi de que a estatal não iria se manifestar.