Petrobrás oferece a grevistas reajuste salarial de 9,53%
Oferta inicial feita pela empresa era de aumento de 5,73%; estatal diz que essa é a ‘proposta definitiva’, e que espera o fim das paralisações
Estado de S. PauloA Petrobrás anunciou ontem que, em reunião com as federações de petroleiros responsáveis pela greve da categoria, apresentou uma “proposta definitiva” para acordo trabalhista. A estatal ofereceu reajuste de 9,53% nos salários e remunerações, além de manter benefícios e vantagens vigentes. A estatal também indicou que aguarda “posicionamento favorável e encerramento das mobilizações”.
“A companhia também se comprometeu a criar um grupo técnico, com representantes da Petrobrás, da Federação Única dos Petroleiros(FUP)e sindicatos, para elaborar um relatório sobre itens constantes na Pauta pelo Brasil. O grupo deverá elaborar um relatório para análise da direção da empresa”, afirmou a estatal, em comunicado sobre a pauta política da FUP, que é contrária à venda de ativos e corte de investimentos.
A primeira proposta para o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), apresentada em setembro, previa um reajuste de 5,73%. A empresa também propunha não rever os valores pagos para benefícios de alimentação e outros adicionais. No mês seguinte, a companhia propôs novoporcentual,de8,11%.Ovalor da nova oferta apresentada ontem é equivalente à inflação acumulada em doze meses, segundo os sindicatos.
“Essa é a proposta definitiva da companhia e traduz o empenho máximo da empresa para atender às reivindicações dos empregados e seus representantes. A Petrobrás, diante dos avanços na proposta, aguarda um posicionamento favorável dos empregados e seus representantes e o encerramento das mobilizações promovidas pelas entidades sindicais’, concluiu a nota da empresa.
Segundo a estatal, a proposta foi a presentada também à Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), que reúne cinco sindicatos dissidentes da FUP. As federações informaram que ainda estão estudando os termos propostos pela Petrobrás para, então, emitir um parecer sobre a continuidade do movimento. Enquanto isso, a paralisação continua.
Segundo a FUP, a greve já provocou uma redução de dois milhões de barris de petróleo na produção a estatal, o que significaria um prejuízo de R$ 400 milhões. A produção das refinarias também foi afetada, segundo os sindicalistas. A estimativa é que somente na Reduc (RJ), o refino de óleo tenha sido reduzido em 30 mil barris.
A Petrobrás paralisou a produção da plataforma P-37, localizada no campo de Marlim Sul, na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro, após um vazamento de óleo ocorrido na última terça-feira. A estatal informou que já adotou procedimentos de emergência para conter o vazamento de um volume de 370 litros de óleo.
Segundo a FUP, o vazamento decorre de falhas na operação por equipes de contingência montadas para evitara paralisação das atividades pela greve.
“O volume encontrado está sendo dispersado mecanicamente, conforme normas ambientais vigentes, coma utilização de duas embarcações especializadas. Os órgãos competentes foram devidamente informados e as medidas de inspeção estão em andamento para a análise da ocorrência”, informou a estatal, em nota. A companhia também indicou que a produção foi interrompida “preventivamente” para “procedimentos de emergência” no caso. A unidade tinha produção média diária de 30 mil barris de óleo por dia. A paralisação deve piorar o resultado operacional da empresa neste mês, já afetado pela greve dos petroleiros.