06/08/07 15h45

Petrobras inicia consolidação do pólo petroquímico do Sudeste

Valor Econômico - 06/08/2007

A aquisição do controle da Suzano Petroquímica pela Petrobras por R$ 2,1 bilhões (US$ 1,1 bilhão), na sexta-feira, era o passo que faltava para tornar viável a criação do Pólo Petroquímico do Sudeste, uma empresa capaz de reunir centrais de matérias-primas e fabricantes de resinas plásticas da maior região consumidora desses produtos no país. A consolidação dos pólos Nordeste e Sul - sob a liderança da Braskem e com forte participação da Petrobras - já fora concretizada em março, com a aquisição da Ipiranga. Daqui para frente, a discussão será sobre quem exercerá a função de consolidadora dos ativos do Sudeste, ou, na prática, quem será capaz de fazer frente à Braskem. Uma candidata sabida é a Unipar, que, com dois movimentos recentes, passou a deter 75% do controle da Petroquímica União (PQU), a central de matérias-primas paulista, e é também sócia da Petrobras na Rio Polímeros, com participação de 33% (a Suzano detém outros 33% e a Petrobras e a BNDESPar, juntas, mais 33%). Mas não será um caminho tão fácil. Antes, ela e Suzano disputavam a liderança, tendo a Petrobras como um importante aliado para qualquer um dos dois lados. Agora, a Unipar depende totalmente da estatal para definir seu futuro. Cálculo de um executivo indica que, no novo cenário, em uma hipotética empresa que reunisse os ativos de Unipar e Suzano, mais a participação da Petrobras na PQU, a estatal brasileira passaria a ter uma fatia de 65% e a Unipar, de 35%. O que pode mudar essa configuração é o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), um gigante projeto industrial de US$ 8,4 bilhões que deverá transformar petróleo pesado em petroquímicos básicos.