Petrobras e BG vão fazer o 1º terminal flutuante de gás

O Estado de S. Paulo

A Petrobras e a British Gas (BG) assinaram ontem acordo para desenvolvimento do primeiro terminal flutuante de gás natural liquefeito do mundo. O projeto, chamado de Gás Natural Liquefeito Embarcado (GNLE), tem como objetivo escoar o gás do pré-sal da Bacia de Santos. O cronograma inicial prevê que o terminal iniciará as operações em julho de 2015, com capacidade para liquefazer 14 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia.

O GNLE é encarado pela direção da estatal como a alternativa mais viável para o transporte do gás do pré-sal da Bacia de Santos, a cerca de 300 quilômetros do continente. A outra opção, por dutos, enfrenta resistências dos diretores de Gás e Energia, Graça Foster, e de Exploração e Produção, Guilherme Estrella, por causa da menor flexibilidade e dos entraves ambientais. O GNL é o gás resfriado a 160° negativos, até atingir a forma líquida, podendo ser acondicionado em tanques e transportado por longas distâncias em navios. No caso do pré-sal, o produto pode ser enviado ao mercado interno, quando houver demanda, ou ao exterior, quando os reservatórios das hidrelétricas estiverem cheios.

O acordo assinado ontem com a BG prevê contratação de três consórcios para elaborarem diferentes projetos de terminal flutuante, que serão avaliados pela estatal no fim do ano que vem. Embora deixe claro sua preferência pela opção, Graça frisa que os projetos serão comparados com duas alternativas de dutos - uma até Caraguatatuba e outra até Macaé.

Para o presidente da BG Brasil, Nelson Silva, a distância favorece o Brasil como mercado prioritário, mas o objetivo principal é garantir a rentabilidade do projeto, seja qual for a nacionalidade dos consumidores. O País tem hoje dois terminais para receber GNL, chamados de regaseificadores, no Rio e no Ceará, que já receberam cargas do combustível importado. Segundo Graça, a ideia é ter mais dois terminais até 2015, ainda sem localização definida.