17/04/10 11h27

Petrobras busca novo sócio para alcoolduto

O Estado de S. Paulo

A PMCC Projetos de Transporte de Álcool S/A procura um sócio que seja produtor de etanol. A empresa, criada pela Petrobras em parceria com a Mitsui e a Camargo Corrêa, vai construir um alcoolduto ligando o interior do Centro-Oeste ao litoral do Sudeste. O projeto está avaliado em US$ 3 bilhões, com um ousado sistema logístico multimodal. O alcooduto terá mais de mil quilômetros de dutos, tanques e centros de coleta vinculados às redes hidroviária e rodoviária e prevê transportar 23 bilhões de litros em 2020. "Neste momento, a estimativa é de que a produção própria (dos sócios) não chegará a 15% deste volume no período. Precisamos de volume para amortizar os investimentos do sistema e isto pode ser solucionado se tivermos um sócio do setor produtivo que nos garanta o fornecimento", afirmou, em entrevista à Agência Estado, o diretor presidente da PMCC, Alberto Guimarães.

Diferentemente de outros projetos de dutos, como o Uniduto, que é formado por um consórcio de usinas, e o CentroSul, projeto original da Brenco que está sendo reavaliado pela ETH Bioenergia (que absorveu os ativos da Brenco), a PMCC não tem um grande volume de oferta de etanol próprio para transportar. A participação da Petrobras neste setor ainda é pequena e, embora exista a expectativa de investimentos significativos da petrolífera no segmento, muito pouco foi realizado até este momento.

A expectativa da PMCC é de que a primeira fase do alcoolduto entre em operação no terceiro trimestre de 2011. O projeto integral prevê a construção de dutos entre Senador Canedo, no interior de Goiás, e Paulínia, no interior de São Paulo, passando por Itumbiara (GO), Uberaba (MG) e Ribeirão Preto (SP). Nessas cidades, existirão centros de coletas.

A partir de Paulínia, onde está localizada a refinaria da Petrobras, um duto partirá em direção à cidade de São Paulo e dali para São Sebastião, no litoral paulista. Outro duto seguirá em direção ao Rio de Janeiro. E um terceiro duto vai até ao município de Anhembi, às margens do Rio Tietê. Neste ponto, está prevista uma conexão com a rede hidroviária do oeste paulista e de Mato Grosso do Sul. O trecho entre Paulínia e Rio de Janeiro já está fisicamente pronto. "Utilizaremos um duto já existente conhecido como OsRio. Foi originalmente construído para transportar outros combustíveis e a Petrobras assumiu o compromisso de ceder este trecho para a PMCC, o que deve acontecer em breve."

A expectativa é de que, em 2020, o duto esteja transportando perto de 23 bilhões de litros. Desse total, 10 bilhões de litros devem ficar na região da Grande São Paulo, e outros 13 bilhões de litros seguirão para os portos no litoral paulista e fluminense, para serem exportados ou para cabotagem. O duto entre Paulínia e Anhembi - bem como suas ligações com o Rio Tietê e outros rios da região que fazem parte da hidrovia Tietê-Paraná - deve ficar pronto até 2013. "Um ponto importante de nosso projeto logístico passa pela captação de etanol através da rede hidroviária", informou o executivo.