30/08/07 14h24

Petrobras admite dividir projeto do Comperj para atrair capital privado

Valor Econômico - 30/08/2007

Disposta a viabilizar a participação da iniciativa privada no seu maior projeto de investimento, a Petrobras estuda separar em três blocos o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). Além dos conhecidos projetos de refinaria petroquímica e da fabricação de resinas termoplásticas, a estatal avalia a possibilidade de criação de um terceiro bloco de utilidades, que prestaria os serviços de apoio ao complexo industrial. "Não estamos inventando nada diferente do que existe no mundo. Não é uma jabuticaba que só existe no Brasil", afirmou o presidente da Petroquisa, José Lima de Andrade Neto. Salientando que esse é apenas um dos modelos alternativos para constituição da estrutura societária, o executivo da petroquímica afirmou que, ao partilhar em três blocos, o investimento ficaria mais viável. Originalmente, a idéia dos dirigentes da Petrobras é realizar o empreendimento integrado, de forma a unir todas as etapas, desde o processamento do óleo pesado até à produção de resinas com todo os serviços de apoio. Dadas as dificuldades de encontrar parceiros dispostos a levantar uma quantidade enorme de recursos, a Petrobras pensou em seguida separar em dois blocos, idéia que continua ainda em aberto. Lima Neto voltou a reiterar que a pré-condição de participação da estatal na petroquímica do Comperj - assim como nas outras empresas do setor - é que a Petrobras tenha participação relevante, mas minoritária. A expectativa da Petroquisa é que a licença ambiental para o início das obras seja obtida até o primeiro trimestre de 2008. O executivo afirmou que tanto a Companhia Petroquímica do Sudeste (CPS) - empresa em formação com os ativos da Suzano adquiridos pela Petrobras e da Unipar - como a Braskem podem ser sócias do empreendimento. Em ambas as empresas, a estatal deseja manter uma posição relevante, porém fora do controle.  O Comperj produzirá 850 mil toneladas de polipropileno e 1,3 milhão de toneladas de polietileno por ano, e deve operar em 2013.