16/06/10 10h18

Pesquisa mostra Brasil em sexto lugar na preferência dos gestores globais

Valor Econômico

Os investidores globais voltaram a ver com bons olhos as aplicações em mercados emergentes. Passado o pior momento de aversão ao risco por conta das preocupações com o alto endividamento da Europa, os países em desenvolvimento retomaram a confiança dos aplicadores. É o que revela pesquisa do BofA Merrill Lynch com gestores de fundos do mundo todo. No total, 207 executivos da área, que gerenciam US$ 606 bilhões, participaram da pesquisa realizada entre os dias 4 e 10 de junho.

Segundo o levantamento, 31% dos investidores ouvidos estão com posições acima da média ("overweight"), em relação aos índices de referência, em mercados emergentes. O percentual se mostra bem acima dos 19% registrados em maio. Apesar da alta, os níveis estão abaixo dos registrados em 2009. Em junho do ano passado, por exemplo, 54% dos entrevistados se disseram "overweight" emergentes.

Os gestores colocam a Turquia e a Rússia como os mercados emergentes mais atraentes. A aposta na Turquia atingiu o maior nível desde janeiro de 2009. O Brasil aparece em sexto lugar entre os preferidos. Além dos mercados turco e russo, estão à frente Indonésia, África do Sul e Tailândia. Embora a confiança nos emergentes tenha crescido, a perspectiva para a China piorou, caindo para o menor nível desde janeiro de 2009. Dos gestores de recursos ouvidos, 27% esperam que a economia chinesa se enfraqueça nos próximos 12 meses, fatia bem maior que os 21% registrados em abril. As commodities, altamente correlacionadas com a riqueza chinesa, sofreram. Apenas 4% dos investidores globais mantêm aplicações acima da média nessa classe de ativos, queda ante 17% no mês passado.

A crença do investidor no crescimento econômico global e na habilidade das corporações em melhorar seus lucros também se deteriorou significativamente, de acordo com pesquisa da Bofa Merrill Lynch. Segundo o levantamento, apenas 24% dos entrevistados acreditam que a economia mundial vai se fortalecer nos próximos 12 meses, uma queda em relação aos 42% de maio e 61% de abril.