22/02/23 13h35

Pequenas e médias empresas movimentaram R$ 2,7 bilhões com o e-commerce em 2022

Ipesi

Dados da 8ª. edição do NuvemCommerce, estudo anual sobre e-commerce e empreendedorismo realizado pela Nuvemshop, dão conta de que, durante o ano de 2022, as pequenas e médias empresas brasileiras faturaram com o e-commerce uma quantia equivalente a R$ 2,7 bilhões.

O valor foi 17% maior que o registrado no ano anterior, de R$ 2,3 bilhões. No total, as PMEs venderam 46,5 milhões de produtos online, quantidade 4,5% superior ao volume de 2021.

O volume de pedidos também foi outro indicador que apresentou crescimento em 2022, atingindo 10,9 milhões, assim como o ticket médio, que foi de R$ 246,81, valor 12,5% maior do que em 2021.

Já no que diz respeito aos meios de pagamento, o levantamento mostrou que o cartão de crédito foi a principal opção dos consumidores, representado aproximadamente 52% dos pedidos. Outro destaque foi o Pix, com 22%, 16 pontos percentuais a mais que em 2021.

“Boa parte desta expansão aconteceu devido ao esforço das empresas de superar o cenário econômico desafiador dos anos recentes”, explica Luiz Natal, gerente de Desenvolvimento da plataforma da Nuvemshop, citando os efeitos deletérios da pandemia sobre o comércio físico como o fator mais importante.

De qualquer forma, segundo o executivo, com o recuo gradual da Covid-19 entre 2021 e 2022, o e-commerce viveria duas situações bem diferentes no ano passado, quase que de ascensão e queda.

“O primeiro semestre do ano manteve o crescimento acelerado, mesmo após o retorno do comércio físico à normalidade”, cita. “Já no segundo semestre, o varejo online enfrentou novos desafios, por conta do contexto econômico mundial, eleições presidenciais e eventos esportivos, resultando em taxas menores de crescimento”.

PAULISTAS NA FRENTE – De acordo com a pesquisa, a lista de estados que apresentaram o maior faturamento com e-commerce no último ano é liderada por São Paulo, com R$ 1,3 bilhão. Na sequência estão Minas Gerais, com R$ 289,5 milhões, Rio de Janeiro, cerca de R$ 189,4 milhões, e o Ceará, com R$ 150,6 milhões. Mas os estados com maior crescimento em 2022 foram Goiás e Santa Catarina, com 75% e 39% de aumento no faturamento, respectivamente.

O estudo também analisou o perfil do empreendedor no e-commerce e os principais desafios que ele enfrenta. Uma das constatações é de que o empreendedorismo ainda é uma jornada solitária, com 55% dos negócios sendo administrados por uma só pessoa. De outro lado, 41% possuem de dois a cinco colaboradores.

A pesquisa ainda apontou que a maioria, 72%, não possui loja física. Além disso, o e-commerce muitas vezes nem é o foco total para 41% dos lojistas, que possuem outro trabalho ou fonte de renda.

Entre os desafios citados, 40% afirmaram que a falta de capital de giro para reinvestir no negócio é a maior dificuldade. Também foram citadas a falta de tempo (19%) e o conhecimento e o domínio das ferramentas necessárias para crescer (18% dos entrevistados).

TENDÊNCIAS – O e-commerce também vem crescendo porque não para de conquistar novos clientes e fidelizar os que já o utilizaram. De fato, uma pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo apontou que 70% dos consumidores pretendem continuar comprando pela internet. Isso mostra que fazer compras online é um hábito que veio para ficar.

A mesma pesquisa ainda apontou as tendências do e-commerce para 2023 e anos seguintes. Oomnichannel – ou, a integração de diferentes canais de venda e comunicação com o intuito de tornar a jornada de compra mais personalizada – é uma das principais delas. A ideia central é garantir quea marca esteja presente em todos os canais que o público-alvo costuma acessar.

Uma gestão logística mais eficiente será também cada vez mais necessária. Trocas, devoluções e controle de estoque precisarãoigualmente estar cada vez mais fortemente integrados.

A definição de preços tenderá a se tornar cada vez mais rigorosa e criteriosa, com a precificação de produtos devendo ser feita de acordo com cada canal de vendas. O recommerce- a prática de colocar um produto já retirado de volta no mercado – também será cada vez mais adotado, por razões tanto comerciais como de marketing.

A sustentabilidade será outro fator preponderante no e-commerce daqui para frente. Afinal, ao se usar um produto até o final definitivo de sua vida útil, se diminui os impactos ambientais causados pelo descarte do seu tipo de material. A busca da sustentabilidade causará impactos profundos na oferta de produtos, nos estoques e na definição de preços.

Até por conta do recommerce e da sustentabilidade, o conceito de slowfashion chegará para ficar no e-commerce. O slowfashion busca entender a fundo a origem dos produtos e aproveitá-los ao máximo antes do descarte, fazendo reformas para aumentar a vida útil, por exemplo.

Outra tendência que promete se destacar em 2023 é o cashback que nada mais é do que um sistema que devolve uma parcela do valor gasto em compras ao consumidor.

Essa devolução é feita em forma de créditos ou depósito em conta bancária.Prazos de entrega cada vez menores também será um fator cada vez mais fundamental para a fidelização da clientela. (Alberto Mawakdiye).

 

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