10/10/11 19h56

Pequenas e médias de olho no Brasil

Brasil Econômico

Estudo sobre o mercado verde-amarelo mapeou segmentos com oportunidades e incentivos fiscais oferecidos pelo país

Posto avançado — e rentável — de alguns dos maiores grupos empresariais da Itália, da Fiat à Gucci, o Brasil também começa a ser visto como trampolim de mercado para as pequenas e médias empresas (PEMs) italianas — sobretudo em temporada de aperto de cintos na Europa.

Com a crise corroendo o consumo interno italiano, o governo e as associações empresariais da Itália intensificaram os esforços para a internacionalização das PEMs, que respondem por um terço das exportações do país, dono de uma das maiores densidades empresariais do mundo: são 5 milhões de empresas para 60 milhões de habitantes. E o mercado brasileiro tem sido apontado como um mercado redentor para as pequenas e médias empresas italianas, a exemplo da expressão que já tomou para as gigantes do país.

“A Itália já superou a França e se tornou o segundo maior fornecedor europeu ao Brasil, graças ao movimento das grandes companhias. Agora, nosso desafio é estabelecer no mercado brasileiro uma presença mais estruturada das pequenas e médias empresas, para aproveitar o assombroso potencial de consumo do país”, diz Paolo Zegna, vice-presidente da Confindustria— a associação industrial da Itália — e presidente do grupo de luxo Ermenegildo Zegna.

Para pavimentar a ponte de acesso das PEMs italianas ao Brasil, foi elaborado um grande estudo sobre o mercado verdeamarelo, mapeando desde segmentos com maiores oportunidades de inserção a incentivos fiscais oferecidos pelos Estados brasileiros.

“O estudo nos dará uma base para conhecermos melhor as potencialidades e orientar um programa específico de intervenção” prega o empresário. A radiografia, apurada pela Embaixada da Itália no Brasil, revelou a existência de 585 companhias italianas em operação no mercado brasileiro. A maioria (286) atua no comércio, seguido pela indústria (201). O dossiê elaborado expôs a grande concentração geográfica e setorial das empresas italianas no país: 58% delas estão amontoadas no estado de São Paulo e 55% atuam no segmento de maquinário.

Estes dados ajudaram a esboçar diretrizes de ação das empresas italianas no Brasil. A começar pela diversificação geográfica, com o estímulo à instalação em outras regiões do país, como Nordeste e Sul. Neste último, já há em curso o projeto de um condomínio industrial em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul. A primeira pequena indústria a se instalar no local é de Bergamo e deve entrar em operação nos próximos meses.