08/10/07 11h36

Pele Nova prepara IPO e entrada no mercado internacional

Gazeta Mercantil - 08/10/2007

O empresário Ozires Silva tem se reunido com bancos de investimento para organizar a oferta pública inicial de ações (IPO) da Pele Nova Biotecnologia , considerada a menina-dos-olhos de Silva, sócio e presidente do Conselho de Administração da empresa. Formatada em 2003 por dois pesquisadores - Fátima Mrué e Joaquim Coutinho Netto - a empresa recebeu investimentos de R$ 10 milhões (US$ 5,5 milhões) para o desenvolvimento de produtos de ponta, mas fez apenas um lançamento, o Biocure. Com outros negócios em vista e prontos para apresentação no mercado, a Pele Nova precisa agora de capital extra para tocar seus planos. A primeira etapa estabelecida para a Pele Nova era consolidar o Biocure no mercado nacional, tarefa considerada cumprida. Trata-se de uma membrana criada a partir de uma proteína do látex, que provoca angiogênese - uma vascularização sangüínea na região em que o produto é aplicado benéfica à cicatrização e criação de anticorpos. "Do látex da seringueira, da flora brasileira, extraímos a base do medicamento capaz de dar a mesma capacidade e agilidade de restituição de pele que temos quando feto." O produto no formato de curativo tipo Band-aid é vendido a clínicas e hospitais e, segundo Silva, já em alguns pontos de varejo com preço variável entre R$ 30 (US$ 16,4) e R$ 40 (US$ 22). "A capacidade de produção é muito maior que a demanda, hoje de 10 mil curativos por mês. Estamos prontos para o mercado internacional, com um grande diferencial de preço, quase 50 vezes mais barato que o produto estrangeiro." O Biocure é usado em tratamento de úlceras crônicas diabéticas, vasculares, de pressão, pós-cirúrgicas e traumáticas. A tecnologia já é patenteada em mais de 60 países, o que facilita a expansão internacional. Se os números da Pele Nova ainda são pequenos, os planos são ambiciosos. Ele não fala em cifras e estratégia para a abertura de capital, mas conta que novos produtos já estão formatados, ainda sem aprovação da Anvisa. "Os outros produtos em estudo também se baseiam nas proteínas extraídas do látex, que vão desde tratamento para infecções como otite até funções como combater rugas e reverter calvície", antecipou.