Parque tecnológico tem novos laboratórios
Cruzeiro do SulO Parque Tecnológico de Sorocaba (PTS) recebe, este mês, dois novos laboratórios. O primeiro foi inaugurado dia 8, do Instituto da Qualidade Automotiva (IQA). O próximo, que deve começar a funcionar no dia 30, é o Centro de Inovação da Dori Alimentos. A empresa, com sede em Marília, também prepara um centro de inovação em Mairinque, na região de Sorocaba. O IQA é um organismo de certificação sem fins lucrativos especializado no setor automotivo, criado e dirigido pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Sindicato Nacional dos Fabricantes de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças) e outras entidades.
O PTS atua prioritariamente nas áreas de mobilidade urbana, energias alternativas, metalmecânica, eletroeletrônica e tecnologias de informação e comunicação (TIC), diz o presidente da agência Inova Sorocaba, Agliberto Chagas. A Inova Sorocaba articula parcerias e projetos para o Parque. Segundo Chagas, a instalação do centro de inovação da Dori foi possível porque a cidade também dispõe de uma indústria alimentícia diversificada e que poderá abrir caminho para mais pesquisas no segmento.
O prédio do núcleo principal do PTS está quase totalmente ocupado, segundo o presidente da agência Inova, e outros prédios serão construídos ao redor, como previa o projeto original. Um novo laboratório está sendo erguido desta maneira e deve ficar pronto até o final do ano. É o de desenvolvimento de motores, da Scania e da Escola Politécnica, da Universidade de São Paulo (USP).
Segundo Chagas, há "prospecção" de várias empresas interessadas em parcerias e em montar laboratórios dentro do PTS. Atualmente, há seis universidades instaladas: Unesp, Uniso, Facens, Fatec, UFScar e PUC. A USP, por meio da Poli, será a sétima, com o laboratório de desenvolvimento de motores.
IQA
Com equipamentos de última geração, o Laboratório Químico do IQA no PTS é a primeira fase de um projeto mais amplo, que terá ainda um Laboratório Metalográfico, um de Ensaios Mecânicos e uma Pista de Ensaios Veiculares. O Laboratório Químico tem capacidade para realizar ensaios de produtos como Arla 32, líquido de freio e aditivos de radiador. O Arla 32 é um reagente redutor líquido de nitrogênio automotivo.
"O Brasil ainda é carente de laboratórios de ensaios independentes, por isso temos empenhado todos nossos esforços no sucesso deste empreendimento", diz Pelikan. "Como quinto maior mercado mundial, e com representantes de todas as grandes montadoras instaladas, o País necessita deste tipo de estrutura para evoluir e passar a ser, também um desenvolvedor de tecnologia", diz o presidente do IQA, Ingo Pelikan, por meio da assessoria de imprensa.
Na lista de equipamentos do laboratório estão o instrumento de medição ICP OES (Inductively Coupled Plasma-Atomic Emission Spectrometer) - sigla em inglês para Espectrometria de Emissão Atômica por Plasma Acoplado Indutivamente, que realiza análise de elementos em diferentes matrizes sólidas, líquidas, orgânicas e inorgânica, Espectrômetro FTIR (espectroscopia de infravermelho), para identificar um composto ou investigar a composição de uma amostra, e o Espectrofotômetro UV, utilizado para determinar de um modo quantitativo a concentração de substâncias em solução que absorvem radiação.
O Laboratório Químico da IQA também conta com Titulador Karl Fischer, para determinar traços de água em uma amostra; Refratômetro Digital de alta precisão, para medir a concentração das misturas de fluidos (açúcar em bebidas, impurezas em óleos, combustíveis etc.); e Balança Analítica de alta precisão, para pesagem de amostras e reagentes (precisão de até 0,00001 grama).
Dori
A empresa de alimentos pretende pesquisar tratamento de resíduos, fomentos de parcerias e uma planta-piloto para novos produtos são algumas das propostas para o centro de inovação no PTS. Segundo o presidente da Dori Alimentos, Carlos Barion, também por meio da assessoria de imprensa, a indústria de alimentos não tem tradição de investir em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) e a decisão da empresa, nesse sentido, "não deixa de ser uma quebra de paradigma".
A Dori deve investir R$ 13,6 milhões em pesquisas e inovação, recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), em operação intermediada pela Investe São Paulo. A empresa mantém outro projeto, em parceria com o Instituto Agronômico de Campinas (IAC), para desenvolvimento de cultivares de amendoim de porte rasteiro para o plantio nas áreas de renovação de cana. O projeto visa atender toda cadeia do amendoim do Estado de São Paulo.
Há ainda mais três projetos, informa a Dori, que são a transformação de polímeros plásticos de resíduos de embalagens flexíveis como parte da matéria-prima para a fabricação de baús para caminhões; um outro também ligado à produção de amendoim; e de uma patente internacional, que a empresa prefere por enquanto não especificar. A Dori tem fábricas em Marília, interior de São Paulo, e em Rolândia, no Paraná; emprega 2.200 pessoas e tem faturamento anual de R$ 480 milhões.