16/04/12 14h44

Parque Tecnológico de Ribeirão sai do papel em 90 dias

Jornal A Cidade

Após sete anos de projetos, negociações e estudos, o Parque Tecnológico de Ribeirão Preto começa a sair do papel em 90 dias. A homologação da empresa vencedora da licitação para realizar a construção de dois prédios no Campus da USP saiu no início da semana passada. A expectativa é que em cinco anos o parque injete R$ 1 bilhão em negócios na cidade.

Voltado para a área da saúde, o parque vai atrair indústrias da área de produção de equipamentos médico-hospitalares, biotecnologia, desenvolvimento de novas drogas, cosméticos bioenergia e agronegócios.

O presidente da Fipase (Fundação Instituto Polo Avançado da Saúde), João Santana da Silva, diz que a "expertise" oferecida na área da saúde em Ribeirão é muito grande e, por isso, as empresas que têm demonstrado interesse em se fixar no parque compartilham esse perfil. "Já temos filas de empresas interessadas e não podemos correr o risco de perder essas empresas, que, inclusive, nós mesmos criamos e estão esperando o parque começar a funcionar para ir para lá", afirma o gerente de fomentos e negócios da Fipase, Saulo Rodrigues.

O início das atividades do parque deve abrir um leque de oportunidades tanto para os estudantes da USP quanto para aqueles que querem investir em um negócio na cidade. "Esperamos, inclusive, que empresas de fora venham para cá, porque esse parque vai ser o primeiro do interior de São Paulo", ressalta Silva.

Impasses

Com sete anos de tramitação, Silva diz que o parque foi impulsionado pela nova administração da USP. "Envolve interesses múltiplos. Cada hora emperrava em um lugar, mas nosso interesse é que essa construção dos prédios  fique pronta antes mesmo dos dois anos de prazo para execução da obra, exatamente por conta de nossas empresas, para não perder mais interessados", afirma.

Silva, presidente da Fipase, diz que o credenciamento do Parque Tecnológico sai até o fim de abril e vai possibilitar efetivamente a fixação das empresas em Ribeirão. Silva diz que, por falta de credenciamento, eles perderam a empresa L’oreal, especializada na produção de cosméticos. "Nós perdemos porque não tínhamos o credenciamento e a empresa foi atrás de outro parque já credenciado para se fixar", conta.

Investimento do Governo será de R$ 11,2 milhões

O investimento do Governo Estadual de São Paulo é de R$ 11,2 milhões na construção dos dois prédios do Parque Tecnológico. Ele será implantado por etapas. A primeira fase do Parque constitui a construção dos prédios em uma área de pouco mais de 300 mil metros quadrados. Um deles vai ser sede da Supera, incubadora de empresas, e o outro vai abrigar o Cedina (Centro de Desenvolvimento de inovação Aplicada), que terá como objetivo fazer testes e emitir certificados dos equipamentos e produtos desenvolvidos pelas empresas nascidas na incubadora.

A Supera vai cuidar da criação e do desenvolvimento de micro e pequenas empresas de base tecnológica, desde a prospecção de projetos até a graduação dos negócios.  A incubadora recebeu da Anprotec o prêmio de "Melhor projeto de promoção da cultura do Empreendedorismo inovador" de 2007 e também o de "Melhor incubadora do sudeste", em 2010.

"A ideia é que, com o Parque Tecnológico, essas empresas não tenham que procurar outros Estados para conseguir certificar seus equipamentos. Nós vamos oferecer esse serviço", explica o gerente administrativo da Supera, Eduardo Cicconi.

Vacinas

Na área de biotecnologias, por exemplo, o desenvolvimento de vacinas vai poder ser testado em grande escala, com escalonamento. "O Cedina vai poder testar em escala industrial os produtos de empresas pequenas que ainda dispõem  de poucos recursos", afirma Cicconi. Na segunda fase será instalado o Centro Administrativo da Supera (Incubadora de Empresas de Base Tecnológica) e um Centro Empresarial que vai funcionar como acelerador de empresas.