Parque de Ribeirão Preto inaugura laboratório de compatibilidade eletromagnética
Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e InovaçãoO vice-governador e secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado, Marcio França, participou nesta quinta-feira, 14 de abril, em Ribeirão Preto, da inauguração do Laboratório de Compatibilidade Eletromagnética, fruto de um convênio entre a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de São Paulo (SDECTI) e a Fundação Instituto Polo Avançado da Saúde (Fipase). A cerimônia foi realizada durante o evento de comemoração dos dois anos do Parque Tecnológico de Ribeirão Preto, conhecido como Supera Parque de Inovação e Tecnologia, e contou com a presença de diversas autoridades.
De acordo com o vice-governador, o investimento na área de ciência e tecnologia é estratégica. “São Paulo é responsável por 74% de tudo que se investe em Pesquisa e Desenvolvimento no Brasil. Nossa estrutura de apoio é constitucional. Cada vez que alguém consome um cafezinho ou copo d´água, um pedaço disso vai automaticamente para a área. As universidades públicas recebem quase 10% do ICMS e a Fapesp recebe 1% para auxílio à pesquisa. Isso tudo pesou ao longo tempo, por isso São Paulo sente menos os efeitos da crise. Agora precisamos exportar o modelo de ciência e tecnologia que criamos para o Brasil, auxiliar os outros Estados com nosso conhecimento e profissionais. Quando inauguramos um laboratório como esse, que permite a realização de testes mais rapidamente, estamos estimulando isso”, falou.
Localizado no parque tecnológico, o novo laboratório recebeu investimentos de R$ 1,6 milhão da SDECTI, a partir de recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O investimento faz parte do plano de melhoria da competitividade de Arranjos Produtivos Locais (APLs) paulistas. A contrapartida da Fipase, gestora do Parque, foi de aproximadamente 15% desse valor.
Novo laboratório recebeu investimentos de R$ 1,6 milhão da SDECTI (Cibele Marques/SDECTI)O laboratório montado pelo Supera permitirá a realização de ensaios de compatibilidade eletromagnética conduzida, de acordo com as principais normas nacionais e internacionais. “As empresas da região se beneficiarão por ter um laboratório de alta tecnologia de fácil acesso, diminuindo custos de certificação e inovação. Além disso, o laboratório reúne técnicos com conhecimentos altamente especializados em áreas críticas para o desenvolvimento de novos produtos”, enfatiza o coordenador do Supera Centro de Tecnologia, Erico Moreli.
O coordenador ressalta que a entrada em operação do laboratório deve movimentar a economia local. “O desenvolvimento de novos produtos implica em aumento de produção, aumento de exportações, aumento de empregos e consequente aumento de competitividade das empresas”, diz.
Hoje, para que os testes sejam realizados nos equipamentos eletroeletrônicos, empresários da região precisam ir a São Paulo ou Campinas para ter acesso a um laboratório de compatibilidade eletromagnética onde, geralmente, encontram filas. Com o laboratório montado em Ribeirão Preto, as empresas terão grande redução de custos de logística, facilidade de acesso a conhecimentos técnicos especializados e diminuição nos prazos de ensaios.
Normas
O laboratório de compatibilidade eletromagnética do parque poderá ser utilizado por empresas nacionais e internacionais que precisem certificar seus produtos. “Qualquer equipamento que opere com energia precisa certificar em compatibilidade eletromagnética: equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos, eletrodomésticos, telecomunicações, tecnologia da informação e comunicação, veículos e demais setores industriais da área de eletroeletrônica”, explica Moreli.
Em Ribeirão Preto serão realizados mais de 10 ensaios de compatibilidade eletromagnética conduzida, como, por exemplo, a IEC 60601-1-2 Medical electrical equipment e a IEC 61000-3-2, “Electromagnetic compatibility (EMC)”. A lista completa de ensaios e a programação do 2º aniversário do Supera Parque de Inovação e Tecnologia estão disponíveis no site www.superaparque.com.br.
Mário Aldofi, dirigente da Kidopi, startup especializada em tecnologias para o setor de saúde e vencedora do prêmio da ONU (Cibele Marques/SDECTI)Apoio aos empreendedores
Na oportunidade, o secretário visitou as instalações do parque e conversou com empreendedores instalados no local, entre eles o empresário Mário Aldofi, dirigente da Kidopi, startup especializada em tecnologias para o setor de saúde. O sistema CleverCare, criado pela empresa, foi considerado um dos melhores softwares do mundo, na categoria saúde, pela World Summit Award (WSA) 2015 da Organização das Nações Unidas (ONU). O WSA é um evento global que premia o melhor em conteúdo e aplicativos para celulares e dispositivos móveis.
O CleverCare é um sistema para gestão e orientação de pacientes que precisam de acompanhamento médico constante. “A solução usa a inteligência artificial para cuidar do paciente, com o envio de SMS, Telegram e outras frentes de comunicação que auxiliam no tratamento e evitam o agravamento da doença. Com esse apoio, o paciente tem maior aderência ao tratamento, torna-se mais saudável e tem uma evolução clínica melhor”, explica o empresário, que é doutor em clínica médica pela Universidade de São Paulo (USP).
Em 2014, Adolfi foi considerado pelo MIT Technology Review como um dos 10 jovens mais inovadores do Brasil. Ele explicou que o apoio do Estado foi importante para o desenvolvimento dos projetos da empresa. “Somos muito gratos à politica de inovação do governo paulista. Agradeço tanto à USP, onde fiz o doutorado em clínica médica e graduação em informática biomédica, um curso multidisciplinar que permitiu juntar talentos nesse cenário diverso, usando a tecnologia para enfrentar problemas reais, quanto aos incentivos à inovação, pois no começo tivemos apoio do Pipe da Fapesp”, disse.
Criado em 1997, o Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (Pipe) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), instituição ligada à Pasta, apoia a execução de pesquisa científica ou tecnológica em micro, pequenas e médias empresas no Estado de São Paulo.
Sobre a Fipase
A Fundação Instituto Polo Avançado da Saúde (Fipase) foi criada em 2001, por meio de lei municipal. A Fundação atua no desenvolvimento da indústria de equipamentos e produtos de saúde em Ribeirão Preto, e no apoio aos setores de tecnologia da informação, biotecnologia, química, fármacos e cosméticos. Mantida pela prefeitura de Ribeirão Preto, a Fipase é a gestora da marca Supera que dá nome à Incubadora de Empresas, ao Centro de Tecnologia e ao Parque Tecnológico de Ribeirão Preto. É por meio da Fundação que o Supera Parque de Inovação e Tecnologia e a Supera Incubadora de Empresas de Base Tecnológica promovem ações de incentivo ao empreendedorismo e à inovação em Ribeirão Preto e região.
Parque Tecnológico de Ribeirão Preto
Conhecido como Supera Parque de Inovação e Tecnologia de Ribeirão Preto, o empreendimento é resultado de uma parceria entre a Fipase, a Universidade de São Paulo (USP), prefeitura de Ribeirão Preto e Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de São Paulo. Instalado no Campus da USP local, o parque abriga a Supera Incubadora de Empresas, o Supera Centro de Tecnologia, a associação do Arranjo Produtivo Local (APL) da Saúde, o Polo Industrial de Software (Piso), além do Supera Centro de Negócios.
Ao todo, são 51 empresas instaladas no parque, sendo: 40 delas na Supera Incubadora de Empresas de Base Tecnológica; 10 empreendimentos no centro de negócios e 2 no Sevna Seed (uma das empresas da aceleradora também integra a Incubadora de Empresas).