06/10/08 15h53

Parcerias já garantem 50% da receita da Roche

Gazeta Mercantil - 06/10/2008

Com a simplicidade de um escocês criado nos campos e a objetividade de um cientista, Robin Breckenridge fala de um jeito tranqüilo, mas incisivo, sobre aquilo em que ele e a Roche, um dos maiores laboratórios farmacêuticos do mundo, apostam suas fichas: a parceria entre a indústria farmacêutica tradicional e pequenos pesquisadores de biotecnologia. "O laboratório entra com organização e capacidade global para desenvolver e distribuir drogas e o pesquisador passa a ter recursos para trabalhar e crescer juntos", diz o vice-presidente de operações e responsável por todas as parcerias globais da multinacional. Desde 1985, quando a Roche firmou a primeira parceria com a norte-americana Genentech os bons frutos não pararam de aparecer. Hoje, a companhia suíça mantém cerca de 80 parcerias estratégicas e do seu portfólio aproximadamente 50% do faturamento, de US$ 42,2 bilhões de 2007, vem dessas parcerias, especialmente no campo da oncologia, exatamente onde a Genentech trabalha com intensidade. Atualmente, a biotecnologia é vista pelo mercado como uma grande tacada para a indústria farmacêutica, que perde patentes em uma velocidade muito maior do que consegue repor com a descoberta de novas substâncias. Mesmo sendo um caminho, considerado pelo mercado, muito mais caro para se obter um medicamento ele é tido como o mais promissor. Talvez por isso outros grandes laboratórios como Bristol-Myers, Sanofi e AstraZeneca, também estejam buscando parcerias com os pesquisadores de biotecnologia. No Brasil, a Roche também quer fazer parcerias. Para isso, fechou um contrato com a Fundação Biominas. Fundada em 1990, a instituição é hoje uma referência na promoção do desenvolvimento de bionegócios no País e integra uma importante rede de relacionamentos nacional e internacional que facilita a identificação de projetos com potencial para gerar novos negócios.