Parceria entre Unesp e startup busca revitalizar ovinocultura em Botucatu
Convênio tem o objetivo de resgatar o protagonismo da instituição nesse campo de pesquisa em propriedades da região
Governo do Estado de São PauloA Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ), do campus da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Botucatu, encontrou na colaboração de uma startup da cidade a chance de reativar o setor de ovinocultura da Fazenda Edgárdia.
O convênio já colhe bons resultados e promete resgatar o protagonismo da instituição nesse campo de pesquisa. A área com 110 mil m2 voltou a ser utilizada no início deste ano.
“A universidade tem que encarar essas parcerias, especialmente com as startups de egressos. Estamos unindo o útil ao agradável. O fato de a instituição não precisar dispender recurso na implantação de um projeto assim já é algo substancial”, reforça o diretor da FMVZ, Celso Antonio Rodrigues.
“O setor já foi referência na criação de ovelhas. O professor Edson Ramos de Siqueira iniciou um trabalho muito respeitado no setor, que durou algumas décadas”, explica à TV Unesp o zootecnista Rafael do Santos, um dos responsáveis pela retomada das atividades.
Formado pela Unesp em 2011, o zootecnista criou a CordeiroBiz, uma startup que oferece consultoria técnica e soluções para produtores de ovinos. Desde janeiro, a empresa fechou uma parceria com a faculdade para fazer a administração do setor.
“Somos uma startup com o objetivo de promover pesquisa e desenvolvimento tecnológico. A universidade também viu essa parceria como uma possibilidade de revitalizar o setor e colocá-lo em atividade para ensino, pesquisa e extensão, fazendo uma ponte entre academia e mercado”, acrescenta Rafael dos Santos.
Vitrine
A projeção é de que, em cinco anos, tampo de duração do convênio, a Unesp se torne uma vitrine no Estado, com um rebanho numeroso e produtivo. Para isso, é necessário fazer o manejo adequado e o monitoramento das condições de saúde das ovelhas.
“Todos os animais, assim como nós, precisam de uma identidade para estarem dentro de um sistema produtivo. Temos a identificação feita por meio de um brinco. Verificamos se a ovelha está anêmica, a condição corporal, além de condições sanitárias, como os cascos e se há alguma secreção nasal, por exemplo”, ressalta o zootecnista Dionatan Mallmann à TV Unesp.
Os indicadores seguem para planilhas, que compõem um sistema criado pela startup para armazenar o histórico de todo o rebanho. A parceria também prevê o intercâmbio com uma fazenda de melhoramento genético da Nova Zelândia.
“Fiquem em uma fazenda de genética na Nova Zelândia para entender como funciona o sistema de produção deles. O sistema é a pasto, com rotação de pastagens. Estamos trazendo para o Brasil os conceitos de produção da Nova Zelândia adaptados à nossa realidade. O sistema tem que ser sustentável e economicamente viável”, afirma à TV Unesp André Troy, zootecnista que integra a ação.
A participação dos alunos da Unesp é fundamental para o sucesso do convênio. “Aprendo como tudo funciona na realidade. Várias vezes, o que aprendemos dentro de uma sala de aula não é o mesmo que funciona fora. Essa troca é muito importante”, avalia Mariana Leal, estagiária na empresa há pouco mais de um mês.