19/04/16 14h30

Parceria entre Brasil e Suécia deve alcançar o setor de CT&I

Protec

O embaixador da Suécia no Brasil, Per-Arne Hjelmborn, se reuniu na última semana com o ministro da Defesa, Aldo Rebelo, a fim de ampliar a parceira em programas de alta tecnologia. O objetivo é expandir o sucesso da cooperação alcançada com o F-X2, projeto que envolve além dos caças Gripen NG, o intercâmbio profissional, apoio logístico e a transferência de tecnologia para indústrias brasileiras.

A expectativa é que a atuação conjunta dos países transborde a área de defesa e envolva os segmentos de ciência, tecnologia e inovação (CT&I). “Com a colaboração do Gripen, viramos parceiros pelos próximos 30, 40 anos. A intenção é usar o projeto Gripen para que juntos possamos tirar o máximo proveito dos efeitos multiplicadores, tanto dentro quanto fora do setor da defesa”, destacou o embaixador.

Como parte da parceria estratégica, foi criado durante a Comissão Mista Intergovernamental Brasil-Suécia, em maio de 2015, o grupo de alto nível High Level Group in Aeronautics, integrado por membros dos dois países. A primeira reunião foi realizada no país nórdico, em outubro do ano passado, e o próximo encontro está previsto para outubro deste ano no Brasil.

“Acho que o Brasil e a Suécia dispõem de todos os requisitos, exigências e condições para um amplo processo de cooperação científica, tecnológica e de defesa. Temos o interesse não apenas em manter, como em ampliar essa parceria”, ressaltou o ministro Aldo Rebelo.

Projeto FX-2

Anunciado em dezembro de 2013, o projeto FX-2 envolve transferência de tecnologia, política industrial, formação de mão-de-obra especializada e desenvolvimento de ciência e pesquisa. O contrato com a empresa sueca SAAB inclui a compra de aeronaves de combate, suporte logístico e compra de armamentos necessários à operação dos caças Gripen NG.

A Força Aérea Brasileira (FAB) receberá 36 aviões de caça Gripen NG. A primeira aeronave deverá ser entregue em 2019 e, a última, em 2024. O contrato prevê ainda a fabricação de 15 das 36 unidades no Brasil, incluindo oito unidades de dois lugares, um modelo criado especialmente para a FAB.

A participação do Brasil no desenvolvimento do projeto dará à indústria aeronáutica brasileira acesso a todos os níveis de tecnologia, incluindo os códigos-fonte do Gripen. O programa de transferência de tecnologia incluirá itens como a integração de hardware, aviônicos, software e sistemas da aeronave, além do intercâmbio de conhecimento com mais de 350 brasileiros indo a Suécia para treinamento. Em paralelo, a Embraer também vem se preparando para receber o Gripen NG e já realizou as obras de terraplanagem para construção do prédio que abrigará o Centro.