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Parceria de capital nacional cria a Novaer

Valor Econômico - 12/05/2009

A Novaer Craft, um consórcio formado pelas empresas Flight Technologies, Winnstal e Geometra, é a mais nova indústria aeronáutica brasileira, criada para atender o segmento de aviação geral. O primeiro produto dessa nova empresa, o avião T-Xc, foi desenhado por Joseph Kovacs, o projetista da aeronave Tucano e do T-25 Universal, da Embraer. O modelo de demonstração de conceito da nova aeronave, que terá uma versão militar de treinamento primário e outra executiva, já foi testado em vôo. O próximo passo é o desenvolvimento do protótipo, que será financiado com recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

A versão militar, batizada de T-Xc Pilgrin, está sendo feita com o objetivo de se tornar uma alternativa competitiva de substituição da atual frota das aeronaves T-25 Universal, utilizadas há mais de 40 anos no treinamento primário dos cadetes da Academia da Força Aérea Brasileira (AFA), em Pirassununga (SP). Já a versão civil do T-Xc, batizada de Stardream, foi desenvolvida para competir no mercado dos utilitários de transporte e seu maior rival é o modelo americano Cirrus SR 22, monomotor a pistão, que em 2007 vendeu 700 unidades, ao preço médio de US$ 600 mil cada.

Na primeira fase de desenvolvimento da aeronave, segundo um dos diretores da Novaer, Luiz Paulo Junqueira, o investimento previsto é de R$ 12 milhões (US$ 5.45 milhões), valor que será dividido entre a Finep e as sócias da Novaer. A segunda fase do projeto, que é a certificação do produto e a terceira, envolvendo a industrialização propriamente dita, devem demandar recursos totais de R$ 38 milhões (US$ 17.3 milhões). Este valor, no entanto, ainda não foi viabilizado.

Segundo Junqueira, a Novaer vai preencher um vácuo que existe hoje no mercado de aviação geral no Brasil. Além da Embraer - empresa de grande porte -, as únicas indústrias fabricantes de aeronaves brasileiras são a Helibrás (helicópteros) e a gaúcha Aeromot (planador e motoplanador). "A criação da Novaer viabiliza outra cadeia aeronáutica no país, com novas opções de fornecimento, o que contribui para a manutenção das indústrias do setor, hoje altamente dependentes da Embraer".