18/10/10 06h31

Para se expandir, empresa de tubos e conexões mira o setor de prédios

Folha de S. Paulo

Quando assumiu, recém formado, a administração da empresa do pai "também uma novata no mercado", o advogado Sérgio Monteiro, 36, não fazia ideia precisa do potencial do negócio. "Era uma empresa pequena, com 60 funcionários e um faturamento de R$ 1 milhão (US$ 588,2 mil) por ano", afirma o diretor-superintendente da Corr Plastik.

Catorze anos depois, a companhia, ainda 100% familiar, saiu do bolo das 55 que disputam cerca de 20% do mercado brasileiro de tubos e conexões para entrar no grupo das três líderes. "O salto veio em 2001, quando mudamos de Diadema para Cabreúva (78 km da capital paulista). Aumentamos a fábrica e investimos em tecnologia de ponta." E a intenção é chegar cada vez mais perto dos principais concorrentes: Tigre e Amanco. Nessa estratégia, a empresa decidiu ampliar o foco de atuação.

Deixou de fornecer apenas para o setor de infraestrutura (que envolve obras como de saneamento e irrigação) para atender também o segmento predial (de construção civil). A empresa projeta sair de um faturamento de R$ 140 milhões (US$ 71,1 milhões) em 2009 para R$ 200 milhões (US$ 117,6 milhões) em 2010. Neste ano, a companhia investiu R$ 20 milhões (US$ 11,8 milhões) na ampliação da fábrica de Cabreúva (SP) e na unidade de Marechal Deodoro (AL), inaugurada no ano passado. "Fizemos o caminho inverso da maioria das empresas do setor", diz Monteiro. "Começamos com um atendimento mais especializado e agora entramos em um segmento que exige uma escala maior", completa.

Nessa empreitada, a logística é um dos grandes desafios que se apresentam. O executivo diz que a despesa com frete de tubos representa 8% dos custos. "Os produtos ocupam muito espaço. Não conseguimos transportar uma grande quantidade em um mesmo caminhão", afirma. Já em relação às conexões (pequenas), o frete pesa menos no custo total: 2%. Considerando esses números, a empresa dividiu a cobertura do mercado brasileiro. A fábrica de Alagoas, que produz só tubos, vai atender o Nordeste e o Centro-Sul. A unidade paulista, que fabrica também conexões, vai atender Sudeste, Sul e Centro-Oeste, além de fornecer o estoque de conexões (que têm baixo custo de transporte) à fábrica alagoana. Além disso, a empresa estuda abrir uma terceira unidade, no Centro-Oeste. "Isso ainda está em análise. A decisão vai ser tomada nos próximos meses", diz Monteiro.