Para fugir do excesso de competição em software, Navita investe em serviços

Valor Econômico

Enquanto milhares de desenvolvedores de software disputam espaço no aquecido mercado de sistemas aplicativos, a brasileira Navita, que atua na área desde 2005, decidiu apostar em um flanco ainda inexplorado no país: o gerenciamento de dispositivos móveis para empresas. A nova área de negócios permitiu à Navita mais que dobrar a receita, segundo o executivo-chefe da companhia, Roberto Dariva. "As empresas do setor estão muito focadas em criar aplicativos, mas esse já é um mar vermelho", diz Dariva, referindo-se ao excesso de oferta. A companhia nasceu em 2003 como uma plataforma de portais e, em 2005, diversificou o portfólio com o desenvolvimento de aplicativos para smartphones.

Segundo o executivo, as vendas de aplicativos dobram a cada ano, mas começam a ser prejudicadas pela multiplicação de concorrentes e a consequente queda nos preços desses softwares. Por isso, a Navita decidiu diversificar mais uma vez suas atividades, criando o serviço de gerenciamento de dispositivos móveis. A nova área foi criada com aporte de R$ 2,5 milhões (US$ 1,5 milhão), feito pelo sócio minoritário, o fundo de investimento Invest Tech (joint venture entre Perrotti Partners e Blackstone Serviços e Participações). Esse investimento, segundo Dariva, foi amortizado em menos de oito meses de operação do novo serviço.

A Navita administra 10 mil smartphones de empresas, prestando serviços como administração do inventário de memória e de baterias dos aparelhos e logística de reparo. Além disso, faz a monitoração de serviços de e-mail, banda larga, conexão e dos aplicativos baixados por cada usuário. O serviço é oferecido a empresas usuárias de celulares com os sistemas operacionais iOS (iPhone e iPad, da Apple), Android, Symbian, Windows Phone e BlackBerry OS. Dariva diz que em menos de um ano firmou contrato com 300 clientes. Hoje, administra 10 mil smartphones. "O serviço garante uma receita mensal fixa. Os projetos de aplicativos geram receita mais alta, mas irregular", diz ele.

Para este ano, Dariva prevê uma expansão de pelo menos 90% em receita, sendo que a área de mobilidade deverá responder por 70% a 75% do faturamento da companhia, diz o executivo. A Navita também acerta os últimos detalhes para a aquisição de duas empresas que atuam na área de mobilidade, afirma Dariva. As empresas, segundo ele, exercem atividades complementares aos negócios da Navita.