28/02/11 11h55

Para equilibrar custo, Pirelli estuda material alternativo

Valor Econômico

Com vistas a reduzir a exposição de seus custos às oscilações da cotação da borracha natural e do petróleo, que influencia diretamente os preços da borracha sintética, a Pirelli Pneus, uma das maiores fabricantes mundiais, está reforçando a aposta no desenvolvimento de materiais alternativos, com resultados que podem começar a aparecer já no próximo ano. De acordo com o presidente executivo da companhia italiana, Francesco Gori, a expectativa é a de que, no médio prazo, pelo menos 10% da borracha natural que é utilizada atualmente na produção de pneus seja substituída por outro tipo de insumo, o que representará economia potencial de US$ 5 bilhões à industria mundial.

A proporção de borrachas sintética e natural utilizadas na fabricação de pneus é determinada pela aplicação final da peça. Os itens destinados a carros de passeio, por exemplo, utilizam em geral mais insumo obtido a partir de derivados do petróleo. "A alta da borracha natural afeta da mesma forma a Pirelli e as demais produtoras de pneus", disse Gori. "Estamos estudando novos materiais, bem como o uso de reciclados, mas ainda não haverá impacto em 2011."

A Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (Anip) prevê expansão de 5% na produção de pneus, ante as mais de 67 milhões de unidades fabricadas pelas nove empresas associadas à entidade em 2010. Frente ao ano anterior, a alta foi de 15%. Já a demanda nacional ao longo do ano passado, considerando-se os importados, totalizou 73,1 milhões de peças, ante 60,2 milhões um ano antes.

Deste ano até 2013, a Pirelli vai investir US$ 300 milhões na operação brasileira, dentro de um programa global de aportes anunciado no ano passado por Gori e pelo presidente do conselho do grupo, Marco Tronchetti Provera. Esse é o maior valor já aplicado pela italiana no Brasil. O orçamento para a América Latina, de US$ 600 milhões no mesmo período, também é histórico. No país, a Pirelli vai expandir a capacidade produtiva de pneus em 30% na área de automóveis, 20% na agrícola e 30%, em caminhões. A ampliação será feita nas fábricas já existentes: Feira de Santana (BA), Campinas (SP), Santo André (SP) e Gravataí (RS) - em Sumaré (SP), a italiana produz cordas metálicas (de aço) usadas na confecção de pneus.