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Para enterrar o passado, Schincariol faz integração on-line

Valor Econômico - 02/09/2008

"Operação Cevada", esquemas de sonegação fiscal, prisões e até assassinato. Tudo isso faz parte da história da Schincariol, a segunda maior cervejaria do país. Mas, amanhã, às 7 horas da manhã, a empresa inicia um novo processo global de trabalho que pretende por uma pá de cal sobre o passado. Nesse dia, todas as operações da companhia, desde compras à distribuição, da gestão de estoques ao rastreamento de lotes, até mesmo e-mails e conversas por celular trocadas entre funcionários - tudo estará sob o comando do Renova, o programa que colocará 100% do que a Schincariol faz on-line, de maneira uniforme e transparente. Mais do que "conversa de nerd", como ele diz, o Renova é um marco para a empresa porque é estratégico. O Renova reunirá informações que remontam a 1939, ano de fundação da empresa, incluindo 100% dos processos das 14 fábricas em todo país, a produção dos mais de 4 bilhões de litros de bebidas ao ano, dados sobre os 10.700 funcionários, os 255 distribuidores e os mais de 700 mil pontos de venda. De 2007 a até o final deste ano, a empresa terá completado R$ 1 bilhão (US$ 613,5 milhões) em investimentos para se tornar mais moderna e transparente. Isso inclui a compra de ativos (fábricas e maquinário). "Mas mais da metade desse investimento está sendo direcionado à profissionalização da gestão, que na prática começa agora, com a empresa toda funcionando sob o novo sistema", diz Mello. Há quem diga que tanto investimento não compensa, uma vez que dificilmente algum dia a Schin empataria com a AmBev, líder com mais da metade do mercado de cervejas. No entanto, deixar a empresa arrumada a torna cada dia mais atraente para uma possível venda. A sul-africana SAB Miller, terceira maior cervejaria do mundo, é a mais cotada.