14/09/07 10h52

Para BNDES, investimento continuará forte

Valor Econômico - 14/09/2007

O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, disse ontem, em palestra para o setor financeiro, que o Brasil está pronto para crescer a taxas de até 5% ao ano. Ele condicionou a sustentabilidade desta aceleração, contudo, à manutenção de um ritmo de alta dos investimentos superior ao do Produto Interno Bruto (PIB), de modo a não gerar pressões inflacionárias. Coutinho mostrou detalhes de um estudo feito pela diretoria de Planejamento do banco segundo o qual os investimentos na economia brasileira irão crescer a uma média de 14% ao ano até pelo menos 2009, semelhante aos 13,8% registrados no segundo trimestre deste ano sobre igual período de 2006. A conclusão decorre de um levantamento feito na demanda de grandes empresas por recursos do banco - juntas, estas companhias representam 60% da capacidade de investimento do país. Com base no levantamento feito, os técnicos do BNDES projetaram que a taxa de investimento do país em relação ao PIB passará dos insatisfatórios 16,8% de 2006 (já pela nova metodologia de cálculo implantada este ano pelo IBGE que reduziu todos os resultados recentes da taxa) para 17,6% em 2007, subindo para 19,3% em 2008 e alcançando 21,1% em 2009. Curiosamente, a taxa prevista para este ano é muito próxima dos 17,7% medidos pelo IBGE para o segundo trimestre do ano passado. O presidente do BNDES traçou um painel otimista para a economia do país. Segundo ele, o mundo viverá nos próximos anos uma inversão histórica, com "a periferia", liderada pela China, atuando como locomotiva do crescimento global. Coutinho apresentou ainda os novos dados de desembolso do BNDES. Nos 12 meses terminados em agosto, o banco destinou R$ 61,7 bilhões (US$ 31,6 bilhões) a diversos projetos, uma alta de 35% na comparação com os 12 meses anteriores. De setembro de 2006 a agosto deste ano, as aprovações alcançaram R$ 89,1 bilhões (US$ 45,6 bilhões). De acordo com Coutinho, a atuação do BNDES será fundamental para promover a expansão necessária da oferta de modo a permitir um crescimento forte e sem pressões inflacionárias da economia brasileira. O executivo ponderou que a carteira de consultas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no BNDES soma 145 projetos, com potencial de R$ 108 bilhões (US$ 55,3 bilhões) em financiamento.