06/01/09 10h36

Pão de Açúcar cria equipe para aquisições

Folha de S. Paulo - 06/01/2009

Com R$ 1,4 bilhão (US$ 608.7 milhões) em caixa, o Pão de Açúcar começa o ano com planos de crescer de maneira agressiva. Há dois meses, o grupo varejista montou uma equipe interna de fusões e aquisições, além contratar a consultoria PricewatherhouseCoopers e o banco BBA. O objetivo é aproveitar as oportunidades que surjam em razão da crise. Segundo Claudio Galeazzi, presidente do grupo Pão de Açúcar, o grupo está analisando cerca de 15 oportunidades, sendo que algumas são redes de drogarias e postos de gasolina. Hoje, o grupo fatura R$ 3 milhões (US$ 1.3 milhão) ao dia com a venda de combustíveis. "Estamos sendo pró-ativos na busca por oportunidades e queremos negócios que tenham sinergias para gerar tráfego de consumidores nas lojas", diz Galeazzi. Além de crescer por meio de aquisições, o Pão de Açúcar também pretende abrir cem lojas em 2009. A expectativa de investimento é de R$ 1 bilhão (US$ 434.8 milhões), que também serão gastos em tecnologia e logística. "Nosso primeiro objetivo é manter a saúde econômica e financeira da empresa, e todo o plano dependerá do desempenho da economia brasileira", diz Galeazzi. Apesar de ressaltar que a expansão orgânica será balizada pelo bom senso, Galeazzi diz que há muito boas chances de serem abertas entre 60 e 70 lojas neste ano. A maior parte levará as bandeiras Extra Fácil e Assaí. Além das chances de crescimento, Galeazzi diz que as negociações com fornecedores estão sendo beneficiadas com a crise. Segundo ele, há muitos fornecedores estrangeiros altamente estocados. "Com a retração do mercado americano, eles tratam nossa trading de maneira diferente", diz Mattar. Isso evitará um provável reajuste de preços em razão da alta do dólar. O Pão de Açúcar também divulgou ontem suas vendas de dezembro, que subiram 9,3% com relação ao mesmo mês do ano anterior. Pela primeira vez, as vendas de alimentos cresceram mais do que a de não-alimentos, mostrando os sinais da retração no consumo de bens duráveis. No ano, a receita do grupo somou R$ 21 bilhões (US$ 11.5 bilhões), alta de 18,2% em relação a 2007.