09/06/09 14h46

Pão de Açúcar compra Ponto Frio e retoma liderança no varejo

DCI

O Grupo Pão de Açúcar bateu o martelo para a compra do Ponto Frio na madrugada de segunda-feira e se transformou na maior companhia do varejo brasileiro - superando o rival Carrefour -, com faturamento de R$ 26 bilhões (US$ 12,4 bilhões), 79 mil funcionários e mais de mil lojas espalhadas por 18 Estados. Após ter até anunciado que não estava no páreo, o grupo comandado por Abilio Diniz desbancou redes apontadas como favoritas à compra da companhia, como o Magazine Luiza e a Lojas Insinuante, líder na região Nordeste. A transação inclui as 455 lojas físicas do Ponto Frio, a loja virtual, a participação na financeira Investcred e centros de distribuição.

Para concretizar o maior negócio da história do varejo brasileiro em número de lojas e faturamento, o Pão de Açúcar pagou R$ 824,5 milhões (US$ 392,6 milhões) pela participação de 70,2% dos controladores no capital total da Globex - Lily Safra e seu enteado, Carlos Monteverde. Desse valor, R$ 373 milhões (US$ 177,6 milhões) foram quitados à vista, com recursos provenientes do caixa da empresa. Os R$ 451 milhões (US$ 214,8 milhões) restantes serão quitados por meio de troca de ações.

O pagamento em ações livrou o Pão de Açúcar de se endividar para fazer a aquisição. Trazia, porém, um inconveniente: se essas ações fossem vendidas rapidamente, fariam despencar o valor dos papéis do grupo. Para evitar isso, a solução foi determinar que as ações só podem ser vendidas em etapas: 6 meses, 12 meses e 18 meses. Se as ações subirem no período, Lily Safra terá um ganho. Se caírem, ela garante a rentabilidade no período igual ao dos juros bancários, o CDI. O contrato foi costurado pelo escritório de fusões e aquisições Estáter, de Pércio de Souza, e pelo escritório de advocacia Souza, Cescon pelo Pão de Açúcar, e Goldman Sachs e Mattos Filho, pelo Ponto Frio.

Para os acionistas minoritários, que respondem por 29,8% do capital da companhia, o Pão de Açúcar fará uma oferta pública para compra de ações por 80% do preço pago aos controladores. Se o negócio for acatado pela totalidade dos minoritários, o Pão de Açúcar vai desembolsar R$ 1,164 bilhão (US$ 554 milhões) para compra do Ponto Frio, calcula o vice-presidente administrativo e financeiro do grupo, Enéas Pestana.