País vai à feira de Milão para 'vender' alimentos
Valor EconômicoO governo usará a Expo Milão, Exposição Universal realizada a cada cinco anos e que em 2015 será organizada pela cidade italiana, para tentar impulsionar as exportações de alimentos e de empresas da cadeia produtiva do setor. A ação tem uma justificativa estratégica, uma vez que o segmento de alimentos tem grande peso na balança comercial brasileira: o tema da Expo deste ano será "Alimentando o mundo; Energia para a vida".
Os preparativos para a participação brasileira são debatidos em um grupo interministerial presidido pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, que delegou à Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) a operacionalização da ação. A Expo Milão ocorrerá entre maio e outubro, com a participação de 145 países, organismos internacionais, organizações da sociedade civil e representantes de empresas. Os organizadores esperam 20 milhões de visitantes.
"É muito importante para a imagem do Brasil, principalmente neste caso específico porque o tema é alimento", afirmou ao Valor PRO, serviço de informações em tempo real do Valor, o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Ivan Ramalho. "É uma oportunidade extraordinária", acrescentou, citando produtores de grãos, carnes, vacinas, defensivos agrícolas, máquinas, equipamentos, colheitadeiras, integrantes do segmento de logística, alimentos industrializados, embalagens, fertilizantes e instituições financeiras responsáveis pelo fomento do setor.
O investimento previsto na participação do Brasil na Expo Milão é de R$ 80 milhões, cifra que o governo pretende dividir com parceiros privados. Tais recursos serão usados na construção de um pavilhão de 4 mil metros quadrados, que terá um jardim com plantas, árvores e flores nativas do Brasil. Dentro, equipamentos interativos demonstrarão tecnologias de produção, agroenergia, agricultura familiar e segurança alimentar, agricultura empresarial e a rede do agronegócio brasileiros.
Para conquistar adesões na iniciativa privada, o governo vem realizando um périplo em associações setoriais para divulgar a ação. Estão sendo ofertadas cotas de patrocínio que variam de R$ 500 mil a R$ 2,5 milhões.
No ano passado, as exportações da indústria alimentícia caíram 6,1% em relação a 2013, para US$ 33,706 bilhões. O principal revés foi observado nos embarques de açúcares e produtos de confeitaria, segmento que em 2014 exportou US$ 9,616 bilhões e no ano anterior vendeu US$ 12,014 bilhões. O principal item da pauta da indústria de alimentos - carnes e miudezas comestíveis - viu crescer suas exportações em 4,3% no período, para US$ 15,417 bilhões.