País se destaca no setor aeroportuário
Ranking do Fórum Econômico Mundial mostra que Brasil, nesse segmento, foi o que teve a maior evolução entre 140 países avaliados
Estado de S. PauloA evolução da infraestrutura aeroportuária brasileira foi uma das poucas surpresas positivas apontada nos resultados do País no último ranking de competitividade de economias do Fórum Econômico Mundial, divulgado há um mês. Enquanto o Brasil caiu na avaliação geral para a 75.ª posição, a pior da série histórica, conseguiu subir 18 posições no quesito infraestrutura aérea em 2015, a maior evolução entre os 140 países avaliados.
Apesar da melhoria, o Brasil ainda é o 95.º da lista no quesito infraestrutura aérea. A metodologia considera um indicador qualitativo, calculado com base em pesquisas com empresários e executivos, e um quantitativo, que considera a densidade da malha aérea em cada país. “O resultado mostra que as reformas feitas nos aeroportos para a Copa foram percebidas e são o caminho certo. Mas ainda temos muito a melhorar”, disse Carlos Arruda, professor de competitividade da Fundação Dom Cabral, instituição parceira do Fórum Econômico Mundial na elaboração do ranking.
Desde 2011, foram investidos R$ 15 bilhões nos aeroportos brasileiros. Desse montante, R$ 9 bilhões foram aportados pela iniciativa privada, que passou a administrar aeroportos após o governo promover rodadas de concessões a partir de 2012. Atualmente, estão sob gestão da iniciativa privada os aeroportos de Guarulhos, Brasília, Viracopos, Galeão, Confins e São Gonçalo de Amarante. As concessionárias promoveram uma corrida para executar grandes obras de infraestrutura até 2014, a tempo de oferecer um serviço de qualidade durante a Copa do Mundo. Cerca de 7 mil pessoas trabalharam na construção do terminal 3 de Guarulhos, um espaço com 192 mil metros quadrados, área superior à soma dos outros três terminais do aeroporto. “Dobramos a área do aeroporto com um novo terminal que traz o que há de melhor em tecnologia para o se torno mundo”, afirmou Marcus Santarém, presidente da concessionária Gru Airport.
Além do terminal 3, outra grande obra em Guarulhos que ficou pronta no primeiro ano foi a construção de um edifício garagem, que fez o número de vagas de estacionamento saltar de 3,9 mil para8,7mil, resolvendo uma das principais reclamações dos usuários. O foco da concessionária agora é reformar os terminais antigos 1 e 2, obra que está em execução e tem previsão para ser concluída no fim de 2016.
Já a concessionária Inframérica investiu R$ 1,5 bilhão para reformaros terminais de passageiros do aeroporto de Brasília. A área de embarque aumentou de 60 mil para 110 mil metros quadrados. Após o investimento, o aeroporto recebeu novos voos e viu seu tráfego aumentar. O aeroporto, que era o quarto em movimentação de passageiros, saltou para a segunda posição. De acordo com o presidente da Inframérica, José Luis Menghini, a localização geográfica favorece as conexões em Brasília. “Porém se não tivéssemos uma infraestrutura adequada não teríamos nos tornado o maior hub (centro de conexões) de voos nacionais.”
Em Viracopos, a principal obra é o novo terminal de passageiros, que substituirá a infraestrutura antiga. A obra deveria estar concluí- da em maio de 2014, mas será 100% finalizada no fim deste ano. Atualmente, os voos internacionais partem do local e os nacionais ainda estão no terminal antigo.
A concessionária Aeroportos Brasil Viracopos diz que fará do local o maior aeroporto da América Latina. “Temos uma aérea de 26 milhões de metros quadrados para desenvolver. Podemos ter até três pistas que operem de forma independente e há espaço para mais uma”, disse Marcelo Mota, diretor de operações da concessionária.
A empresa tem planos para transformar o aeroporto em uma “aerotrópole”,com hangares de manutenção de empresas aéreas, galpões industriais e escritórios comerciais integrados a estrutura aeroportuária.