18/11/09 10h55

País retoma novo ciclo de expansão e vai crescer mais que antes, diz Mantega

O Estado de S. Paulo

Esbanjando otimismo com o futuro do Brasil, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou ontem que a economia está retomando um novo ciclo de expansão e deve ter um crescimento médio mais forte que o anterior, interrompido pela crise global. Segundo Mantega, de 2010 a 2016, a economia pode crescer de 6% a 6,5% de forma sustentável e equilibrada, sem que o governo abandone os compromissos com a estabilidade econômica e a responsabilidade fiscal.

Mantega disse que para 2010 já está se desenhando um cenário de crescimento de 5% no Produto Interno Bruto (PIB). Segundo ele, essa projeção tem sido mencionada por analistas privados. De acordo com o ministro, essa nova fase de crescimento mais intenso dependerá do mercado interno, mas também do dinamismo dos investimentos. Ele lembrou que o governo tem um conjunto de projetos para alavancar os investimentos, que começam com as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a exploração do pré-sal, o programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, além dos investimentos para a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016. "Isso nos dá um horizonte de investimentos muito forte, que vai dinamizar a economia brasileira."

Mantega também disse que é fundamental reduzir custos tributários e financeiros e afirmou que o governo já está fazendo isso. "Fizemos desonerações, mas temos um caminho a percorrer. Precisamos dar melhores condições de custo para as empresas, precisamos continuar reduzindo os juros para parta toda a economia", disse o ministro, lembrando que os juros para investimentos estão "especialmente baixos".

O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, por sua vez, disse que, apesar de o governo querer retomar a agenda de desonerações, no curto prazo o programa esbarra na falta de espaço fiscal. Segundo ele, no entanto, com a retomada do dinamismo da economia, os resultados fiscais vão melhorar e o espaço para essas ações será retomado. Representante da oposição, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) disse que o crescimento da economia em torno de 5% a 6%, em 2010, é bastante provável, mas, nos anos seguintes, já não há consenso entre os analistas.