28/07/08 14h24

País pode atrair fundos para inovação, diz americana

Valor Econômico - 28/07/2008

O Brasil começa a atrair capital de risco para financiar empresas inovadoras por conta do bom desempenho da economia. Mas ainda falta uma mudança cultural. A elite tem que se arriscar e apostar em inovação. Além disso, as universidades devem se aproximar do mercado, para agregar valor às suas descobertas. A avaliação é de Deborah Wince-Smith, presidente do Conselho de Competitividade dos Estados Unidos, órgão que reúne 180 membros, entre presidentes de multinacionais, reitores de universidades e sindicatos. Ela visitou o país na semana passada e se reuniu com empresários, com os ministros Miguel Jorge, do Desenvolvimento, e Sérgio Rezende, da Ciência e Tecnologia, e com as Forças Armadas. A executiva ressaltou, no entanto, que o país precisa de uma mudança de mentalidade. "Existe muita riqueza no Brasil, mas se as pessoas acreditam que vão conseguir mais retorno em blue chips ou bônus, ao invés de investir na criatividade e no conhecimento das suas universidades, isso não é bom para o país", disse. Para Wince-Smith, há um "divórcio" entre a pesquisa na universidade e o reconhecimento do potencial econômico no Brasil. Ela reforçou que o país possui um número muito reduzido de patentes e aproveitou para repetir o antigo apelo dos EUA para que o Brasil reforce o respeito à propriedade intelectual. A vinda de Wince-Smith ao Brasil é parte do esforço de aproximação dos dois países em inovação. Em julho do ano passado, foi realizado em Brasília o primeiro Fórum de Inovação Brasil-Estados Unidos. O próximo deve ocorrer em novembro de 2009, em Washington.