País domina 80% da produção de satélite
Valor EconômicoA indústria espacial brasileira já domina cerca de 80% da produção de um satélite, segundo o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Leonel Perondi. O último grande gargalo do programa espacial, segundo ele, é o domínio completo do sistema de controle de atitude (orientação no espaço) e órbita de satélites.
O presidente da Visiona, joint venture entre a Embraer (51%) e a Telebras (49%), Eduardo Bonini, informou que este será o primeiro grande projeto a ser lançado pela empresa dentro da estratégia de desenvolvimento de tecnologias críticas utilizadas em satélites.
Considerando o caráter estratégico e sensível desse tipo de tecnologia, o governo investiu R$ 40 milhões no desenvolvimento do projeto que ficou conhecido como Sistema de Navegação Inercial para Aplicação Aeroespacial (SIA). A plataforma inercial também localiza e orienta um foguete durante seu lançamento, indicando, inclusive, os desvios de rota que possam ocorrer nessa trajetória.
No DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Espacial) o SIA será testado em voo pelo foguete Vsisnav (veículo lançador de sistema de navegação do VLS). Segundo o diretor do DCTA, brigadeiro do ar Alvani Adão da Silva, a expectativa é que o lançamento do Vsisnav aconteça em 2015.
O Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), segundo Alvani, aguarda a entrega das redes elétricas de serviço e de controle do foguete pela empresa Mectron para realizar o lançamento. Em 2014, o projeto do VLS recebeu um investimento de R$ 15 milhões e para 2015 estão previstos mais R$ 5 milhões.
Para suportar as atividades de desenvolvimento do SIA, com aplicação tanto em satélites quanto em foguetes, foi montado um laboratório com capacidade para testar sensores em um nível de precisão de 0,1 grau por hora, o equivalente a medição de movimentos 100 vezes menores que o movimento de rotação da Terra.