06/10/09 10h17

País crescerá até 7% em 2010, prevê FGV

Folha de S. Paulo

O crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) no ano que vem deve variar de 4,5% a 7%, de acordo com projeção do Ibre (Instituto Brasileiro de Economia), da FGV (Fundação Getulio Vargas). Segundo análise da instituição, uma alta de 7% resultaria de uma recuperação em forma de V, "na qual a intensidade da retomada é equivalente à da contração ocorrida na virada de 2008 para 2009". "O crescimento de 7% (do PIB) não é, de forma alguma, inconcebível."

A Carta do Ibre aponta que a economia brasileira está retomando a "exuberância" do nível de atividade pré-crise. A expansão mais consistente em 2010, porém, poderá trazer o maior desafio ao Banco Central desde a implementação do regime de metas de inflação, em 1999.

Na análise do Ibre, se a economia caminhar no ano que vem para uma taxa de crescimento próxima de 7%, o BC "enfrentará a situação desconfortável de ter que puxar o freio da política monetária em plena campanha eleitoral". Já o cenário de 4,5% seria de mais tranquilidade para o BC, que poderia, sem o fantasma da pressão inflacionária, manter a taxa básica de juros em 8,75% ao ano. Entre os fatores que devem estimular a economia em 2010, está o aumento do salário mínimo. Pelas regras atuais, o reajuste deve ser feito pela taxa de inflação do ano mais a taxa de crescimento do PIB verificada dois anos antes, o que elevaria o mínimo para R$ 505,90 (US$ 281,1).

Pela primeira vez desde o fim de março, economistas consultados pelo BC esperam uma variação positiva do PIB em 2009. Segundo a pesquisa Focus da última semana, a projeção é de crescimento de 0,01%. Na semana anterior, a previsão era de variação zero do PIB. Desde março, porém, o mercado vinha prevendo retração na economia. Em relação à taxa Selic, a previsão para 2010 foi aumentada pela segunda semana seguida, passando de 9,50% ao ano para 9,75%. Para 2009, continuou nos atuais 8,75%. A projeção para o IPCA chegou a 4,31% para este ano.