13/03/08 10h40

País cresce 5,4% e investimento bate recorde

DCI - 13/03/2008

O Produto Interno Bruto (PIB), indicador que representa a soma das riquezas produzidas no País, mostra que a economia cresceu 5,4%, atingindo R$ 2,588 trilhões (US$ 1.470 bilhões) em 2007. Este foi o segundo maior crescimento de toda a série histórica, iniciada em 1996, atrás somente de 2004, quando a economia brasileira avançou 5,7%. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que faz o levantamento, o crescimento foi impulsionado pelo consumo interno das famílias, que chegou a R$ 1,557 trilhão (US$ 885 bilhões), assim como pelos investimentos. Sob a ótica da oferta, o principal destaque foi do setor de serviços, com maior peso sobre o PIB, chegando a movimentar R$ 1,441 trilhão (US$ 819 bilhões). Já sob o ponto de vista da demanda, o destaque foram os investimentos. A formação bruta de capital fixo (FBCF) somou R$ 449,558 bilhões (US$ 255,4 milhões) em 2007, no maior nível da série histórica ajustada pela nova metodologia de cálculo do IBGE, com início em 1996. A FBCF teve o quarto aumento seguido. Em 2007, o avanço foi de 13,4%, ante o recorde anterior de 10,4%, em 2006. O aumento dos investimentos é resultado da taxa de juros efetiva da Selic, que ficou em 11,9% na média anual, enquanto em 2006, a média foi 15,1% ao ano. Esta redução impulsionou o aumento do crédito de recursos livres para pessoas jurídicas, em 27,1%. O maior peso nos investimentos é do setor de máquinas e equipamentos, que tiveram alta de 19,3% no ano passado. Já a construção civil, que representa os outros 40% do item, teve avanço de apenas 5,1% nos investimentos, o que indica que a maior parte foi voltada para aumento de capacidade produtiva. "Isso é demonstração clara de que houve mudança de padrão, com maior participação do mercado interno e atuação forte do investimento, o que é importante para criar a base para avançar no crescimento", disse o coordenador de Contas Nacionais do IBGE, Roberto Olinto. O professor de mercado financeiro da Trevisan Escola de Negócios, Alcides Leite, reforça a importância dos investimentos. "Dá sustentabilidade ao crescimento econômico sem risco de sofrer pressão inflacionária e é importante para o PIB potencial. Para Olinto, houve mudança do padrão de crescimento. Até 2005, havia avanço com participação do mercado externo, através das exportações, o que resultava em uma participação maior do que a parte interna. Desde 2006, a taxa de crescimento das importações supera a das exportações".