27/10/10 14h18

Pague Menos sonha com sócio estrangeiro

Valor Econômico

A rede de farmácias Pague Menos já despertou o interesse de nomes de peso do mercado varejista e financeiro. O Pão de Açúcar e a GP Investimentos não comentam o assunto, mas ambos teriam se esforçado para obter pelo menos 51% da rede cearense fundada em 1981 por Francisco Deusmar de Queirós. O empresário, no entanto, desdenha da hipótese de ter sócios controladores. "No máximo, vendo um terço da empresa", diz Queirós, que vendeu laranjas na infância, antes de se tornar dono do primeiro milhão no fim dos anos 70, com a Pax Corretora de Valores, da qual ainda é sócio.

Mas Queirós admite que adoraria ter um sócio estrangeiro de grande porte. Neste caso, venderia até 51% do capital da Pague Menos, rede presente em todos os Estados do país e no Distrito Federal, que deve fechar o ano com faturamento de R$ 2,24 bilhões (US$ 1,32 bilhão) e 400 lojas. "Nesse caso, eu poderia ter 2% de uma empresa como a americana Walgreens, para poder aprender também com o negócio deles", diz Queirós. A Walgreens, gigante do varejo farmacêutico nos Estados Unidos, faturou US$ 63,3 bilhões em 2009.

A rede vai investir R$ 50 milhões (US$ 29,4 milhões) para abrir 50 lojas em 2011. Seu foco está nas cidades entre 100 mil e 300 mil habitantes, especialmente em São Paulo, Minas Gerais e Paraná. "Nas capitais há muita concorrência e o custo de operação é maior", afirma Queirós. Este ano, estão sendo investidos R$ 80 milhões (US$ 47,1 milhões) na abertura de 60 lojas, 40 delas fora do Nordeste, região que responde por 60% do faturamento. A empresa lança em janeiro uma campanha publicitária nacional, de R$ 40 milhões (US$ 23,5 milhões), para comemorar os seus 30 anos. Queirós reafirmou o plano de abrir o capital da companhia em 2012, ano em que deve construir seu segundo centro de distribuição.