16/06/11 11h14

Pagamento da primeira parte do 13° deve acelerar vestuário e eletros

DCI

A perspectiva do adiantamento de 50% do pagamento do 13º salário, a ser pago pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) no começo do segundo semestre deste ano, começa a deixar o varejo nacional em polvorosa: afinal, o volume corresponde a uma injeção mínima de R$ 7,982 bilhões (US$ 5 bilhões) na economia do País, se pensarmos que será aplicado ao menos o mesmo valor beneficiado do ano passado. O valor ainda não foi confirmado pelo Ministério da Previdência Social, mas se isso acontecer os brasileiros darão três destinos ao benefício: pagamento de dívidas, compra de roupas para o inverno e de eletroeletrônicos, e poupança, segundo a opinião dos analistas.

Para o analista da Federação do Comércio de Bens, de Serviços e de Turismo (Fecomércio), Fábio Pina, o pagamento de dívidas juntamente com a compra de roupas para o inverno será a prioridade. "Nesta época do ano as pessoas ainda têm sobra de dívidas que se iniciaram no começo do ano, e paralelamente precisam comprar roupas de inverno", explica Pina. Ele diz que com a injeção do valor e o resultado do mês de maio - mês de uma das datas mais importantes do varejo, o Dia da Mães -, o setor deve crescer entre 5% a 10% neste período. Outro dado apontado pelo analista da Fecomércio é que a segunda parcela do 13º tem uma maior representatividade no comércio varejista, pois o valor a ser inserido na economia é de, em média, R$ 10 bilhões (US$ 6,3 bilhões). Na ocasião, os consumidores provavelmente utilizarão o volume para comprar presentes de Natal. "O final do ano é um momento em que as pessoas querem reformar seu lar, e comprar presentes para amigos e familiares. Elas se esquecem dos tributos que terão de pagar no próximo semestre", disse. Para o economista-chefe da Associação Comercial de São Paulo, Marcel Solimeo, "este valor auxilia, ele sempre é benéfico para movimentar a economia e o varejo do País, mas ele não pressiona um crescimento mais acelerado do setor", enfatiza.

A entrada deste montante juntamente com a do inverno faz redes como o Grupo Pão de Açúcar (GPA) esperar ampliar em 50% as vendas de aquecedores em 2011. No setor têxtil, o crescimento deve ser de 12% frente a igual período do ano passado. O setor de calçados também investe neste período para alavancar as vendas: um exemplo é a marca de calçados Miss Shoes, que deve lançar cerca de 500 modelos de sapatos femininos e deve inaugurar até o final do ano 12 franquias e obter um faturamento de R$ 2 milhões (US$ 1,3 milhão) em 2011, com crescimento de 20%. Já o grupo de vestuário Marisol, que detém as marcas Babysol, Pakalolo, Lilica & Tigor e Rosa Chá, tem um objetivo de crescimento de 30% até o final deste ano por meio de abertura de lojas e da melhora da economia.