04/11/09 11h23

Outubro é o terceiro melhor mês do ano para as concessionárias

Valor Econômico

Os executivos da indústria automobilística garantem que o movimento nas concessionárias diminuiu com a primeira fase do aumento do IPI, em outubro. Mas a quantidade de veículos que passaram pelos órgãos de trânsito para licenciamento revela que o mercado ainda mostra muito fôlego. Outubro foi o terceiro melhor mês do ano.

O número de emplacamentos em outubro foi 23,1% superior ao do mesmo mês do ano passado. No acumulado do ano, o mercado de veículos novos no país cresceu 6% em comparação com 2008 e a diferença em relação ao mesmo período do ano passado equivale a meio mês de vendas.

Quatro motivos levaram ao resultado, segundo o diretor de vendas da General Motors, Franciscio Stefanelli. Uma parte é mesmo rescaldo das vendas feitas na véspera da primeira fase do aumento do IPI. Ele lembra que um carro faturado por uma fábrica no Sudeste (que inclui já a alíquota do IPI) leva, por exemplo, seis dias para chegar em Recife.

"O mercado financeiro também continua com juros competitivos e crédito disponível", destaca como o segundo motivo do bom resultado. Além disso, é importante lembrar, diz, que o carro continua hoje com desconto. O veículo custa menos do que em janeiro, quando terminará o incentivo fiscal. O governo federal programou o aumento do IPI gradualmente, de outubro a janeiro, quando voltarão as alíquotas vigentes em dezembro de 2008. Desde então, os carros populares ficaram isentos do imposto e os modelos com motores entre 1.0 e 2.0 tiveram o tributo reduzido à metade.

A quarta razão apontada pelo executivo é a manutenção dos preços em carros que estavam nos estoques das concessionárias. A indústria produziu mais entre setembro e outubro para aproveitar o aquecimento do mercado.

A média diária de licenciamentos no mês passado foi de 14.024 unidades, uma das maiores este ano. O total licenciado no mês - 295 mil unidades - ficou abaixo do recorde, em setembro - véspera do aumento do IPI, quando boa parte dos consumidores antecipou a troca do carro (308,7 mil unidades). No entanto, foi o terceiro maior volume mensal do ano. Além disso, o resultado do mês passado também revela a recuperação do mercado de caminhões, que passou praticamente o ano todo retraído.