30/03/11 11h49

Otis desativa velha fábrica e investe em nova unidade

Valor Econômico

Logo na entrada do escritório da Otis, em um bairro industrial de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, o presidente da empresa para as Américas do Norte e Sul, Randy Wilcox, aponta para um modelo de elevador aberto, onde ficam à mostra a máquina, as cintas de tração, e seu sistema operacional. "Aqui se economiza um andar", afirma o executivo. Com esta frase, ele resume no que será transformada a produção brasileira da fabricante americana de elevadores.

Hoje, Wilcox se reúne com o prefeito da cidade, Luiz Marinho (PT), para anunciar a construção de uma nova fábrica na cidade. Com investimentos de mais de US$ 30 milhões, cerca de 20 mil metros quadrados abrigarão uma unidade fabril, uma área de testes de engenharia, além de novos escritórios. A nova fábrica permitirá que a capacidade produtiva da subsidiária brasileira da Otis cresça em 50%.

Sem dar detalhes sobre a produção, o executivo projeta a conclusão da construção para até o segundo trimestre de 2012. "Nessa unidade, produziremos somente nossos elevadores com tecnologias novas. É uma forma de expandirmos o portfólio. Não deixaremos nenhum produto na tecnologia antiga", explica. A unidade produzirá uma linha de elevadores cujo sistema de movimentação utiliza uma máquina compacta, sem engrenagem, que elimina a necessidade de uma casa de máquinas, o que faz com que a construção ganhe espaço.

Acompanhando a estratégia global da americana, a nova fábrica também incorporará iniciativas sustentáveis em sua construção e de seus produtos. O sistema dos elevadores - baseado em tração via cintas de aço revestidas de poliuretano, que não precisam de lubrificação - pode chegar a consumir até 70% a menos de energia, frente aos tradicionais, segundo o executivo.

Com as tecnologias, a empresa pretende atingir vários tipos de construção, desde as residenciais voltadas para as classes de menor renda, até as que serão projetadas para os eventos da Copa do Mundo e Olimpíadas no país. Wilcox garante que mesmo sendo de maior valor agregado, os elevadores podem ser competitivos para as construções mais simples. Isso porque seu preço é similar ao dos elevadores tradicionais e a produção brasileira deve gerar ganhos de escala, já que será toda focada nessa tecnologia.

A visita de Wilcox ao país, acompanhado de Steve Healy, o vice-presidente regional para a América Latina, revela um momento importante para o setor de elevadores. Pela primeira vez, segundo Wilcox, o mercado brasileiro superou o americano. A subsidiária não revela o montante, mas no ano passado seu faturamento cresceu 17%. Globalmente, as vendas da Otis recuaram de US$ 11,7 bilhões em 2009 para US$ 11,6 bilhões em 2010. Nesses resultados, a América Latina - cujo maior mercado é o brasileiro - contribuiu com mais de US$ 500 milhões. "As operações nos emergentes permitem que continuemos crescendo, mesmo com mercado mais fraco nos EUA e Europa", constata Wilcox.