10/12/06 15h18

Os shoppings vão às compras

O Estado de S. Paulo - 10/12/2006

No mundo dos shopping centers, as últimas semanas foram particularmente pródigas em produzir notícias em vários cantos do País. Em São Paulo, o Morumbi abriu sua ala nova e o Campo Limpo inaugurou a sua terceira e última fase. Poucos dias antes, a Iguatemi pediu à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) a aprovação para uma oferta pública primária de ações. Não se trata de uma coincidência. Isso pode virar rotina daqui em diante. A indústria dos shopping centers não vivia um momento tão intenso como agora desde o fim da década de 80. Segundo levantamento da Associação Brasileira de Shoppings Centers (Abrasce), 14 shoppings serão inaugurados até o fim de 2007. Levantamento da Abrasce mostra que 47% dos shoppings brasileiros pretendem fazer expansão. Esse novo ciclo de prosperidade é explicado por uma combinação de fatores. Para começar, o ambiente de economia estável e de queda de juros deixa os empresários naturalmente mais dispostos a fazer investimentos. No caso dos shoppings, isso fica ainda mais atraente porque as vendas têm crescido muito mais do que a média do varejo em geral - até outubro, o aumento foi de 11% em relação ao ano anterior. A vacância atingiu o nível de 3%, outro indicador do potencial de crescimento. Em 2000, esse índice era duas vezes maior. O setor ainda tem ganhado fôlego com a chegada de grupos estrangeiros, sobretudo americanos e canadenses, ao País. Só neste ano, quatro grupos internacionais compraram participação em empresas brasileiras do ramo. Entre os fundos imobiliários do País, a maior rentabilidade aparece atualmente em uma carteira ligada a um shopping center, o Higienópolis, que até outubro deste ano apresentava um rendimento médio mensal de 1,82%.