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Os novos síndicos do mercado imobiliário

O Estado de S. Paulo - 11/07/2007

Quando os executivos da São Carlos Empreendimentos fizeram as visitas a investidores antes de abrir o capital na Bolsa de Valores, a grande dificuldade era explicar que a empresa não era uma construtora e muito menos uma incorporadora. O negócio dela é comprar imóveis (de preferência usados), reformá-los quando necessário e ganhar dinheiro com o aluguel e a administração dos prédios. Ela faz o papel de um síndico mais sofisticado para o mundo corporativo, o novo filão da indústria imobiliária brasileira. A São Carlos foi a primeira do ramo a negociar suas ações na Bovespa. Em breve, virá também a Cyrela Commercial Properties, empresa que nasceu da construtora e incorporadora Cyrela com essa finalidade. Com a perspectiva de queda dos juros, esse modelo de locação começa a ser um negócio atrativo. Além de São Carlos e Cyrela, outros grupos estrangeiros, como os americanos Hines e Tishman, vão disputar o mesmo mercado no Brasil. A São Carlos, que tem como acionistas principais os mesmos fundadores da AmBev (Carlos Alberto Sicupira, Jorge Paulo Lehmann e Marcel Telles), foi criada em 1984 para administrar os imóveis das Lojas Americanas. Em 1998, saiu das asas da rede para administrar imóveis de terceiros. Em 2006, a São Carlos teve receita de R$ 75,3 milhões (US$ 34,6 milhões) e lucro de R$ 22 milhões (US$ 10,1 milhões). No primeiro trimestre, a margem foi ainda mais alta - R$ 21 milhões (US$ 10,9 milhões) de receita e R$ 14 milhões (US$ 7,3 milhões) de lucro. A Cyrela será concorrente de respeito. Além do nome, ela vai herdar uma receita de R$ 53 milhões (US$ 27,54 milhões), uma carteira com nove prédios, galpões e participação em três shoppings, além de quase 100 mil m2 em construção.